Em 4 dias, criação de campo-grandense já ajudou mais de 500 pessoas do RS
Programadores do Brasil inteiro colaboram para manter o portal ativo e atender à alta demanda

Com o objetivo de encontrar pessoas e animais domésticos que desapareceram nas enchentes do Rio Grande do Sul, o campo-grandense e programador Caio Kaspary, de 25 anos, junto com o baiano e também programador Pedro Elias, criou o ajuders.com.br. No ar desde domingo (5), com voluntários de todo país, mais de 3 mil solicitações foram cadastradas e 500 pessoas foram localizadas.
Por estar totalmente empenhado na manutenção do serviço, que é atualizado a todo tempo, quem conversou com o Campo Grande News foi Thais Torres, namorada do Caio e voluntária no projeto. Ela explica que a ferramenta cadastra voluntários, pessoas em situação de emergência, animais desaparecidos e desabrigados, além de quem precisa ser localizado.
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"Vimos que as pessoas estavam pedindo socorro por mensagens no Facebook, posts no Instagram, mandando em vários grupos e toda essa informação ficava muito bagunçada e, não conseguimos ter o controle ou saber quem já tinha ou não sido resgatado. Queríamos tanto priorizar os resgates e ajudar os socorristas a saber onde tinham que ir exatamente. Uma grande parte não é da região e não conhece a cidade, por isso os endereços vão automaticamente para um mapa", conta a voluntária.
Com usa de inteligência artificial, os pedidos de ajuda que chegam pelo Whatsapp sobem como cadastro automaticamente. Os voluntários ligam para os socorristas, checam se o resgate foi efetuado e o próprio aplicativo de conversas entra em contato perguntando se o socorro chegou. Ainda tem os voluntários dos abrigos que consultam a ferramenta e olham se existem pessoas procurando por alguém ali e entram em contato.
"Em 72h conseguimos resgatar mais de 500 pessoas e tivemos mais de 3 mil solicitações. Foi ao ar domingo à noite e estamos com a ajuda de pessoas incríveis tomando frente do projeto no Brasil todo. Por enquanto, quem está usando o aplicativo são os voluntários de resgate, não temos até o momento nenhuma parceria pública ou com a polícia", reforça Thais.
Ela reforça que a equipe está bloqueando os cadastros de doações e não vão atuar na arrecadação de dinheiro, não vão disponibilizar nenhum Pix. Tudo para evitar que oportunistas usem a ferramenta para fraude.
No aplicativo, é possível ver que há casos já solucionados, como animais encontrados e até pessoas em contato com os familiares. Por conta da alta demanda, o grupo trabalha para o aprimoramento dos serviços e em capacitar para atender vítimas de outros desastres.
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