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Educação e Tecnologia

Por que os anúncios aparecem nas matérias? Entenda como funciona esse mercado

Publicidade digital: os bastidores da monetização que mantém o jornalismo gratuito

Conteúdo de Marca - Premium Ads | 17/12/2025 06:30

Você abre uma reportagem, começa a ler e, no meio do texto ou no topo da página, aparece um anúncio. Para alguns leitores, isso ainda causa estranhamento, desconfiança ou até a sensação de que algo está errado. Foi a partir dessa curiosidade, comum e legítima, que nasceu a conversa do mais recente podcast do Campo Grande News, que recebeu Riadis Dornelles, especialista em monetização digital e CEO da Premium Ads.

O episódio parte de uma pergunta simples, mas central para o jornalismo contemporâneo: como os sites de notícias se sustentam em um ambiente digital onde o conteúdo, em grande parte, é gratuito? A resposta passa por publicidade, tecnologia, dados, credibilidade e, sobretudo, transparência com o leitor.

Logo no início da conversa, Riadis lembra que produzir informação tem custo. “Se o produto é gratuito, alguém precisa pagar a conta”, resume. No caso do jornalismo digital, esse pagamento vem, em grande parte, do mercado publicitário, o mesmo que sustenta a TV aberta, o rádio e, hoje, plataformas de streaming que já exibem anúncios.

Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países onde ainda existe um ecossistema forte de informação gratuita. “Em muitos lugares, o acesso à notícia é pago. Aqui, a publicidade viabiliza que o leitor continue se informando sem precisar assinar”, explica.

Um mercado de três pontas

Riadis descreve a lógica da publicidade digital como um mercado que funciona em três frentes: o veículo, o anunciante e a audiência. O Campo Grande News, por exemplo, oferece um público real e engajado. As marcas disputam esse espaço para se comunicar. E o leitor recebe o conteúdo sem custo direto.

Essa disputa acontece em frações de segundo. “Um espaço publicitário pode ser disputado por mais de 10 mil anunciantes ao mesmo tempo. Em milésimos de segundo, a tecnologia decide quem vai aparecer ali. É literalmente um leilão aberto”, explica Riadis, usando o termo do mercado: open auction.

Por isso, duas pessoas lado a lado, abrindo a mesma página, podem ver anúncios completamente diferentes. “O digital permite segmentação. Cada usuário recebe mensagens distintas, de acordo com interesses, hábitos e contexto”, diz.

Dados, cookies e a falsa sensação de vigilância

Um dos pontos que mais gera dúvida entre leitores é a sensação de que o celular “escuta” conversas. Riadis é direto: não se trata de magia, mas de dados. “Tudo o que fazemos na internet deixa pegadas digitais. Pesquisas, cliques, tempo de permanência. Isso é registrado e usado para direcionar anúncios.”

Quando o usuário aceita os cookies, muitas vezes sem ler, autoriza esse rastreamento.

“Ninguém está atrás da porta te espionando. É tecnologia cruzando informações que você mesmo forneceu”, afirma.

Ele cita exemplos conhecidos, como pesquisar uma viagem e, logo depois, começar a ver anúncios de hotéis e passeios. “As plataformas conversam entre si. É um ecossistema.”

Onde entra a Premium Ads

A Premium Ads atua como intermediária entre grandes redes de anunciantes e produtores de conteúdo local. “Nem todo espaço publicitário o veículo consegue vender diretamente. A gente conecta esses espaços aos anunciantes que estão no ecossistema do Google”, explica Riadis.

Segundo ele, isso ajuda a ampliar a receita do portal e, consequentemente, a capacidade de investir em jornalismo. “Credibilidade se constrói com bons profissionais. E bons profissionais custam. Quando o leitor vê um anúncio, parte dessa receita está sendo revertida para manter a redação funcionando.”

Riadis faz questão de destacar que há critérios rigorosos. “Conteúdos ilícitos, anúncios sensuais, drogas, cigarro, nada disso aparece em redes sérias. Existe controle, bloqueio e responsabilidade.”

Credibilidade como ativo central

Ao longo do podcast, o CEO da Premium Ads reforça que o maior patrimônio de um veículo é a confiança do público.

Por que os anúncios aparecem nas matérias? Entenda como funciona esse mercado

O Campo Grande News é referência no Mato Grosso do Sul porque construiu uma relação de proximidade com a comunidade. Isso não se compra.”

Para os anunciantes, isso também é decisivo. “Anunciar no lugar errado pode gerar efeito contrário. Uma marca pode aparecer num contexto que prejudica sua imagem. Por isso, trabalhar com empresas certificadas e entender onde sua marca está aparecendo é fundamental.”

Ele compara o cuidado com anúncios ao mercado financeiro. “Você investiria seu dinheiro em uma empresa sem certificação? Na publicidade digital, é a mesma lógica.”

Informação local ainda faz diferença

Riadis também destaca a força da informação local em um cenário dominado por grandes plataformas. “O Google até mostra o placar de um jogo, mas não sabe se uma rua alagou, se um bairro ficou sem energia. A hiperlocalidade é onde o jornalismo ainda é insubstituível.”

Segundo ele, sociedades que consomem mais informação tendem a ser mais justas. “A notícia também cumpre um papel de saúde pública, de fiscalização e de cidadania.”

Tecnologia, IA e o fator humano

O podcast também entra no debate sobre inteligência artificial. Para Riadis, a discussão precisa ir além do medo da substituição. “Antes de falar de IA, precisamos falar de dados, transparência e reversibilidade. Onde estão nossos dados? Como eles são usados? Como podemos retirá-los?”

Ele defende que, mesmo com tecnologia avançada, o fator humano segue central. “As pessoas gostam de histórias reais. De saber o que aconteceu com alguém de verdade. Se a internet virar só conversa entre máquinas, as pessoas vão embora.”

Publicidade como parte do jogo

No encerramento, Riadis deixa um recado direto ao leitor: “A propaganda faz parte do modelo. Ela sustenta o conteúdo que você consome todos os dias. Nem sempre ela é perfeita, mas sem ela, não existe jornalismo gratuito.”

E resume a lógica que atravessa todo o episódio: “A verdade, o tempo e a consistência constroem credibilidade. Não existe atalho.”

O podcast completo está disponível no primeiro vídeo acima e nas plataformas do Campo Grande News.

Saiba mais pelo Instagram.

*Conteúdo de responsabilidade do anunciante.