Tema da redação da UFMS gera identificação e autocrítica entre candidatos
Jovens dizem que o assunto sobre conectividade reflete a rotina e estimula reflexão sobre hábitos digitais
O tema da redação do Vestibular 2026 da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) fez muitos candidatos saírem dos locais de prova comentando sobre a própria relação com celulares, redes sociais e telas. Na Escola Municipal Professor Múcio Teixeira Júnior, em Campo Grande, a sensação geral foi de identificação imediata com a proposta “Os impactos da conectividade na convivência social”.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O tema da redação do Vestibular 2026 da UFMS, "Os impactos da conectividade na convivência social", gerou forte identificação entre os candidatos. Estudantes relataram facilidade em desenvolver argumentos devido à proximidade com o assunto, utilizando experiências pessoais e referências culturais em suas produções textuais. Os vestibulandos, com idades entre 17 e 19 anos, aproveitaram para fazer uma autocrítica sobre o próprio uso de tecnologia. Aproximadamente 17,5 mil estudantes participaram das provas presenciais em 11 municípios de Mato Grosso do Sul, concorrendo a vagas em 127 cursos de graduação.
Aos 19 anos, Leticia Yukari Wada disse que o assunto encaixou perfeitamente no universo dos jovens. “Achei a prova tranquila, bem parecida com o Enem. Não era um tema que eu esperava, mas foi fácil de desenvolver porque é algo que a gente vive muito”, afirmou. Ela afirmou ter usado referências de jogos online e redes sociais para construir o texto.
- Leia Também
- Redação da UFMS aborda impacto da conectividade nas relações sociais
- Mentoria e paçoquinha, as estratégias de quem busca a vaga mais cobiçada da UFMS
“Eu mesma às vezes fico o dia inteiro no TikTok, então acabei refletindo sobre isso também”, contou.
Quem também saiu confiante foi Murilo Acunha Nazar Ferreira, 18 anos, que tenta uma vaga em Direito. “Achei nem tão fácil nem tão difícil. Era um tema com muita coisa para falar”, avaliou. Murilo recorreu ao filme “Divertida Mente” e a observações pessoais. “Falei do meu irmão de 3 anos, que fica mexendo no celular e chora quando tiram. Acho que o uso precoce deixa as crianças viciadas e sem saber interagir”, disse.
Entre os estudantes que encontraram no tema uma porta aberta para argumentar com segurança está Julia Vitória Tabosa Fernandes, 17 anos. Na avaliação dela, a redação foi mais acessível do que imaginava.
“Eu não estava esperando. Achei que seria um tema mais difícil, porque no ano passado, pelo que pesquisei, era um assunto sobre o qual eu não sabia argumentar. Só que, neste ano, como o tema foi sobre tecnologia e redes sociais, que estão presentes no meu dia a dia, consegui desenvolver facilmente”, comentou.
Julia afirmou que a prova em geral foi “tranquila”, apesar dos textos longos. Ela contou que se preparou para a redação desde julho, dedicando dois dias da semana somente ao treino. Na hora de escrever, usou referências bastante conhecidas.
“Usei o doutor Drauzio Varella porque ele fala que utiliza as redes sociais para pesquisas científicas. E também a Viviane, da novela Chiquititas, que tinha muito problema de socialização por causa das redes sociais”, explicou.
Apesar da insegurança natural pós-prova, Julia acredita que seu desempenho foi bom. Ela também avaliou sua própria relação com o celular e disse que se considera equilibrada. “Sou mais conectada pela televisão. Pratico esportes, jogo vôlei, malho, e isso me ajuda a me desvincular das redes”, afirmou.
Ao todo, cerca de 17,5 mil estudantes fazem as provas presenciais em 11 municípios sul-mato-grossenses. Eles disputam vagas em 127 cursos de graduação.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.
