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Cidades

"Grito Rock" agita Carnaval de roqueiros

Redação | 14/02/2010 12:57

Enquanto os foliões mantinham a tradição do Carnaval nas ruas e clubes, uma turma ouvia Rock'n roll de primeira em um bar da Capital. O festival Grito Rock, realizado pela primeira vez em Campo Grande, reuniu 10 bandas, na sexta e no sábado, como opção ao samba e ao axé.

O Grito rock, que acontece simultaneamente em cinqüenta cidades do Brasil e também em Buenos Aires (Argentina), Córdoba (Argentina), Montevidéo (Uruguai) e Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) desde 2005, atraiu cerca de 500 pessoas em seus dois dias e reuniu, além das bandas locais, músicos do Amapá, Brasília e Recife. Em Campo Grande, o evento aconteceu no Bar Fly.

Vocalista da banda "Os Impossíveis", Joaquim "Cebola" Seabra, 38 anos, contou que o evento é importante para fortalecer a cena do rock em Campo Grande e abrir espaço no mercado, dominado pela música sertaneja. "No Brasil é difícil fazer rock, mas hoje as pessoas estão com ouvidos mais abertos do que quando começamos, há 17 anos".

"Os Impossíveis", principal banda de punk rock de Mato Grosso do Sul, abriu a noite de shows no sábado.

Independentes - O músico Marco Aurelio "Kão" dos Santos, que toca na SxAxMx (Sangue A Mil) e na H.I.V, bandas da cena underground, diz que o Grito Rock apresenta músicos e bandas de diversos Estados para o público. "Tem a Amaurose, que é do Macapá. Eu estive lá recentemente e não sabia que a cena rock é tão intensa, cara", revela.

Kão lembra que no Estado há bandas que são bem conhecidas nacionalmente, como Bando do Velho Jack e Bêbados Habilidosos, mas mesmo assim a referência sempre são as bandas sertanejas. "As bandas de rock não têm o mesmo impacto nacional que as sertanejas, que têm uma divulgação bem maior".

Com a cena aumentando, há várias "caras novas" nas festas e eventos de rock. "Nosso público é bem fiel e sempre quem aparece nos festivais está disposto a conhecer estilos novos", salienta Jean Albernaz, 30 anos, baterista da banda Dimitri Pellz, que fechou o Grito Rock. "Eu nunca gostei de Carnaval, então tem de haver gente por ai que não gosta também", comentou sobre o fato do Grito Rock acontecer durante o Carnaval.

Para Jean, o fato de o Estado despontar nacionalmente com artistas sertanejos, como Luan Santana, Maria Cecília e Rodolfo, e João Bosco e Vinícius, pode ser favorável aos outros estilos musicais. "Ter uma cena comercial forte aqui pode ajudar a aprimorar o lado profissional da música", ressaltou. O músico citou o estado de Goiás, que apesar de ser conhecido por suas duplas sertanejas, é o local de maior expressão da cena independente do país. "Eles estão anos luz a nossa frente nesse circuito".

Bigornadas - A produção do festival foi da Bigorna Produções, que desde o ano passado promove as "bigornadas" no Bar Fly. A Bigorna, composta por diversas bandas, foi criada em 2004, quando os amigos Jean Albernaz, Letz Spindola e Maíra Espíndola se juntaram para montar uma produtora independente, um coletivo de produção cultural. Desde então, aumentou os seus quadros.

A jornalista Manuela Barém, 24 anos, conta que as "bigornadas" são festas mensais para as bandas locais apresentarem seu trabalho e com uma banda de fora do Estado, como convidada. "A experiência serve de intercâmbio para que todos troquem experiências".

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