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Cidades

Psicóloga consegue entregar recordações a Roberto Carlos

Redação | 01/09/2008 07:41

Olga Cardoso estava certa, aquele caderno de recordações, onde o pai de Roberto Carlos lhe fizera uma dedicatória, acabou por levá-la ao encontro do rei, durante show na última sexta-feira em Campo Grande.

Quando chegou em casa após a odisséia que terminara com um abraço de despedidas do ídolo, Olga sabia que não conseguiria dormir. Pensou em ligar para o filho, queria falar com alguém, mas preferiu se recolher ao seu quarto. Depois de tanto ruído e agitação, precisava de um pouco de silêncio.

O dia havia sido intenso, os rumores de que seria chamada pela produção de Roberto Carlos começaram já na quinta-feira, um dia antes do show, mas tudo muito vago, e o estado de ansiedade ia e vinha em ondas. Ora a idéia do encontro ganhava uma importância quase existencial, ora Olga ria sozinha de tais besteiras.

A questão agora era tranquilizar-se. O que tinha que ser feito havia sido feito. O caderno estava nas mãos de seu contato na produção. Ela poderia até não ser chamada, mas o caderno estava muito próximo de chegar ao camarim de Roberto Carlos.

E o mais importante, tudo fora feito da maneira correta, sem apelações, sem extrapolar os limites.

A indefinição não permaneceria por muito mais tempo.

Terminou no exato momento em que alguém da produção do show avisou-a que Roberto Carlos iria vê-la, "Você vai entrar Olga, pode ficar com o caderno, nós vamos levar você até ele".

A longa e ansiosa espera cedeu lugar ao turbilhão. O show acabara de começar, e Olga já não conseguiu prestar atenção em mais nada.

Olga lembra-se de "O Calhambeque", "porque tinha um calhambeque no palco", e de "Jesus Cristo", porque foi a última música do show. E se lembra das luzes, um "espetáculo de luzes". Mas não saberia dizer com certeza mais nenhum nome de música apresentada no show.

Lembra-se melhor dos vários momentos em que ficou esperando desde que a chamaram novamente após o término do show, e da sensação de que tudo esteve sempre por um triz.

Com o primeiro segurança, que não queria liberar o acesso nem mesmo para a produtora que a levaria até Roberto, Olga chegou a argumentar: "Eu tenho um caderno que tem uma dedicatória do pai dele".

"Sinto muito, o acesso a essa área só é feito mediante apresentação da segunda pulseira", respondeu o segurança.

Olga logo percebeu que sua tentativa de explicar o que ocorria ali seria inútil. "Imagine, a quantidade de seguranças, ninguém saberia com quem falar, e ainda que soubesse, ninguém poderia ser encontrado ali".

Aos poucos outras pessoas, cerca de seis, que já perdiam a esperança de ver o rei, apesar de terem chegado tão perto, cogitavam abandonar a pequena aglomeração em frente ao cordão de seguranças.

Além deles estava o camarim de Roberto Carlos e de lá só chegavam boatos e informações truncadas. Talvez o artista já nem estivesse mais ali, dificilmente estaria, todos sabem que Roberto Carlos criou um método pessoal e imprevisível para as suas ações.

Olga se lembrava disso. Tentara se precaver o máximo que pôde, vestindo azul, orientando as amigas a não usarem nada de marrom, lembrando que caso conseguisse vê-lo, em nenhuma hipótese poderia lhe pedir um autógrafo, e que também não poderia fazer fotos.

Foi nessa hora que alguém subitamente veio até o grupo e disse: "A moça do caderno está aqui?"

Roberto Carlos estava de costas quando Olga entrou. Não havia praticamente nenhuma mobília no espaço. E o ídolo lhe pareceu frágil. "

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