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“Gaúchos na Copa” fazem homenagem ao pai, símbolo da torcida brasileira

O Gaúcho da Copa, Clóvis Acosta Fernandes, morto em 2015 vencido pelo câncer, era o torcedor mais fiel da Seleção Brasileira

De Rostov on Don, sul da Rússia, Paulo Nonato de Souza | 17/06/2018 08:34
Os irmãos Frank Damasceno Fernandes, de 39 anos, e Gustavo Damasceno Fernandes, 33, com a réplica da taça Fifa, em frente ao hotel da Seleção Brasileira em Rostov on Don (Foto: Paulo Nonato de Souza)
Os irmãos Frank Damasceno Fernandes, de 39 anos, e Gustavo Damasceno Fernandes, 33, com a réplica da taça Fifa, em frente ao hotel da Seleção Brasileira em Rostov on Don (Foto: Paulo Nonato de Souza)

“Somos nós, os filhos do pai”. Com forte sotaque gaúcho como marca registrada e inconfundível, assim os irmãos Frank Damasceno Fernandes, de 39 anos, e Gustavo Damasceno Fernandes, de 33 anos, responderam ao mesmo tempo quando perguntados, em frente ao hotel da Seleção Brasileira, em Rostov on Don, se teriam informações onde encontrar na Rússia os filhos do “Gaúcho na Copa”, o torcedor símbolo da Seleção Brasileira, Clóvis Acosta Fernandes, morto em 2015 vencido por um câncer, aos 60 anos de idade.

Identificados pelo sotaque, sentados na calçada de um hospital em frente do hotel Ramada, local de concentração do Brasil na cidade de Rostov on Don, no sul na Rússia, ambos vestidos de camiseta amarela com a inscrição no peito – “Gaúchos na Copa”- eles falaram da emoção de estar em mais uma Copa do Mundo. Desta vez com o objetivo de homenagear o pai, que se tornou torcedor símbolo ao seguir a Seleção Brasileira em sete Copas do Mundo seguidas, a partir da Copa do Mundo da Itália, em 1990.

O "Gaúcha da Copa", Clóvis Acosta Fernandes, chorando abraçado à taça Fifa, na derrota de 7 a 1 do Brasil diante da Alemanha na Copa de 2014 (Foto: (Ivan Pacheco/VEJA)
O "Gaúcha da Copa", Clóvis Acosta Fernandes, chorando abraçado à taça Fifa, na derrota de 7 a 1 do Brasil diante da Alemanha na Copa de 2014 (Foto: (Ivan Pacheco/VEJA)

“Por isso trouxemos a nossa réplica da taça Fifa, e queremos leva-la para dentro do estádio, e assim o espírito dele estará representado e nós estaremos continuando a missão do pai em todas as Copas que ele esteve presente, sempre com muita paixão pela nossa Seleção”, disse Frank Damasceno. “O pai começou em 1990, na Copa da Itália, e nós estamos continuando a história dele. Eu comecei a seguir a Seleção em 1994, na Copa dos Estados Unidos, essa é a minha sétima Copa, já empatei com o pai”, ressaltou ele.

Já Gustavo Damasceno Fernandes está em sua quarta Copa consecutiva, e se emociona ao falar do quanto está sendo difícil não ter mais a companhia do pai, que viu pela última vez a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, e uma das imagens mais marcantes da goleada de 7 a 1, sofrida na eliminação pela Alemanha, no Estádio Mineirão, foi o “Gaúcho da Copa”, Clóvis Acosta Fernandes, chorando abraçado à réplica da taça.

A taça, o farto bigode e a cuia de chimarrão faziam do “Gaúcho da Copa” uma figura fácil de ser identificada pelas câmeras das emissoras de televisão nos jogos da Seleção Brasileira.

“Nós temos tudo aqui isso aqui na Rússia. Só não temos dinheiro, estamos dependendo de ajuda das pessoas que se sensibilizam com o nosso propósito. Não temos hotel nem ingressos para o jogo, mas como bons gaúchos trouxemos cuia e 10 km de erva de chimarrão”, revelou Frank, que já percorreu mais de 60 países para torcer pela Seleção Brasileira. Segundo ele, a questão dos ingressos seria resolvida pela CBF. “Estamos aqui de vigília na frente do hotel. Uma hora alguém vai aparecer e nos presentear com os tickets”, disse.

Frank e Gustavo Damasceno Fernandes preparando chimarrão na calçada em frente ao hotel da Seleção (Foto: Paulo Nonato de Souza)
Frank e Gustavo Damasceno Fernandes preparando chimarrão na calçada em frente ao hotel da Seleção (Foto: Paulo Nonato de Souza)

Juntos, os dois irmãos criaram um grupo batizado de “Gaúchos na Copa” para torcer pelo Brasil na Copa do Mundo da Rússia, a partir da estreia deste domingo diante da Suíça, às 14h (MS), no Rostov Arena, em Rostov on Don.

“Somos herdeiros da missão do pai. Ele tinha um personagem que simbolizava a torcida brasileira nos estádios onde estivesse jogando a nossa Seleção, ficamos com o legado e vamos seguir adiante até onde Deus quiser. Estamos fazendo isso na raça”, frisou Frank, o mais falante dos dois. Na sua primeira Copa, a dos Estados Unidos, ele tinha apenas 14 anos de idade.

POR DENTRO DA COPA – Com o enviado especial Paulo Nonato de Souza, o Campo Grande News estará nos passos da Seleção Brasileira e de todos os acontecimentos que vão envolver o Mundial da Rússia. Veja esta e outras notícias no Canal Copa 2018.

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