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Esportes

Garra, Alegria e Dor: Operário Futebol Clube faz 72 anos

Redação | 21/08/2010 21:48

Quarta-feira, 1º de março de 1978. O Morenão com 20.161 torcedores vê o Operário Futebol Clube bater o São Paulo, que seria campeão brasileiro dali a quatro dias, por 1 a 0. Tadeu Santos marcou o gol aos 34' do 2º tempo.

Era o jogo de volta das semifinais do Brasileirão e o Galo não poderia prosseguir, devido ao saldo de gols. No jogo de ida, o time campo-grandense segurou o placar até os 32' do 2º tempo. O jogo terminou em 3 a 0.

Hoje, alguns torcedores se reuniram na "Casa do Operariano" para comemorar mais um aniversário do clube, que hoje nem sede tem. A torcida "Garra Operariana" mantém a tradição e a paixão do time que foi já foi o maior campeão do Centro Oeste.

O Galo foi fundado em 21 de agosto de 1938 por operários da construção civil liderados pelo pintor Plínio Bittencourt e se profissionalizou em 1973.

Nos anos 70 e 80, acontece a tão falada fase de ouro do Galo, com bons resultados, como os 5º e 7º lugares nos brasileiros de 1979 e 1981 e ainda o campeonato brasileiro do módulo branco em 1987, como foi conhecida a série B.

Este campeonato foi cheio de falcatruas, e até hoje não há consenso sobre o campeão das chaves principais (Sport e Flamengo discutiram a questão por vários anos). A CBF também não reconhece a conquista do Galo como título da série B.

Em 1982 o Galo marcou o titulo internacional da President Cup, na Coréia do Sul, quando bateu o Bayern de Munique na final.

Entre brigas na justiça e com os próprios torcedores, nem mesmo a presidência do clube é algo resolvido. Eles alegam que o atual presidente, Toni Vieira, não foi eleito por eles e a eleição não teria valor algum.

Na sede da torcida, várias relíquias guardadas, como a foto da primeira formação do time e camisas históricas. Entre o churrasco e as doses de cerveja, cada um contava uma história diferente das peripécias do Galo. Membro da diretoria da Garra, Silvio Eduardo ressalta que a torcida tem 600 membros, mas ainda falta recadastrar todos. Eles providenciam carteirinhas e confraternizações com os membros que estão nos registros.

Outro operariano fiel, Nyelder Rodrigues reclama das políticas envolvidas no futebol, que destruíram os 72 anos de história. "Nos 72 anos de história, a situação atual do nosso Operário é lamentável. O clube tem condições de se erguer, mas não consegue, por questões políticas", lamenta.

Sem sede e marca - O clube também teria perdido seu principal legado, a logomarca. Uma pendenga judicial foi perdida para um ex-jogador, o zagueiro Celso, que ganhou os direitos sobre a marca Operário.

O ex-zagueiro Celso Elias Zottino, que jogou de 1980 a 1993 no time, disse que a marca foi arrematada por ele pelo valor de suas dívidas trabalhistas com o clube, no valor de R$ 12 mil. Ele pretende vender a marca, já que não tem condições de investir em nenhum negócio. Ele havia recebido a proposta de um empresário do Paraná, que queria montar um time, mas com a demora da decisão, o empresário comprou a marca de um time do Pará.

O ex-zagueiro gostaria de resgatar o time, já que poderia começar do zero, sem dívidas, mas não sabe que decisão tomar e prefere vender. A diretoria do clube não quis comentar o caso.

Enquanto isso, torcedores e fãs Brasil afora lembram daquele que já foi o primeiro time do interior do Brasil a afrontar os grandes do eixo Rio

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