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Esportes

Há 10 anos, amigos em cadeiras de rodas são incentivo em maratonas

Viviane Oliveira e Zana Zaidan | 13/10/2013 11:00
Os dois amigos comemoram 1º e 2º lugar na categoria de cadeirante.  (Foto: Marcos Ermínio)
Os dois amigos comemoram 1º e 2º lugar na categoria de cadeirante. (Foto: Marcos Ermínio)

O primeiro colocado na categoria "cadeirante" da Volta das Nações já foi quatro vezes campeão da corrida de São Silvestre e uma Meia Maratona, em Miami (EUA). Jaciel Paulino, 40 anos, hoje foi exemplo na Meia-Maratona Internacional do Pantanal, realizada nesta manhã em Campo Grande.

O 2º colocado, Carlos de Souza, 38 anos, é o melhor amigo de Jaciel. Os dois, que são de Santos (SP), se conheceram jogando em um time de basquete para deficientes físicos e há 10 anos passaram se dedicar a maratonas.

Conhecido por ser rápido na cadeira de rodas, Jaciel jogava na posição de ala e certo dia recebeu um convite para começar a treinar corrida. Ele gostou tanto do esporte que resolveu deixar o basquete para se dedicar nos treinos.

Empolgado com as corridas, Jaciel chamou Carlos para participar também, desde então os dois rodam o Brasil disputando provas de atletismo. Os amigos têm paralisia infantil desde um ano de idade e são companheiros nos treinos.

Pesando 80 quilos, Carlos disse que até hoje não conseguiu ganhar nenhuma prova de Jaciel, que tem 30 quilos a menos. “Na subida tenho um pouco de dificuldade”, afirma Carlos.

Apesar de amigos, os dois são adversários no atletismo e disputam cerca de 22 competições por ano. "Somos concorrentes apenas nos esporte", afirmam os dois. No total, sete cadeirantes participaram da Meia-Maratona.

“Graças ao esporte me tornei uma pessoa melhor e deixei de ser apenas o coitadinho que anda numa carreira de rodas para ser reconhecido como atleta”, comemora Carlos, que tem que conciliar o trabalho de auxiliar administrativo com os treinos.

Mesmo apaixonados pelo atletismo, eles reclamam da falta de incentivo. Pai de três filhos, Jaciel diz que os prêmios não são em dinheiro e, graças ao apoio da família é que ainda continua no esporte.

Outra dificuldade para essa modalidade é o preço da cadeira de rodas, que custa de R$ 12 a R$ 28 mil. “Apesar de tudo isso nós temos o que comemorar. O esporte uniu nossas famílias”, finaliza Carlos, que tem dois filhos.

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