Supersalários de astros da Copa contrastam com realidade de MS
Faturamento do maior jogador do Brasil na atualidade é 707.500% maior que um jogador bem remunerado no Estado recebe
A Copa do Mundo termina no dia 15 de julho e até lá até mesmo quem não é ligado ao futebol faz o possível para acompanhar as 64 partidas previstas. É a oportunidade de acompanhar astros como Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, donos dos maiores salários do planeta, de acordo com o levantamento da revista France Football.
Assistir as partidas envolvendo as principais seleções do planeta contrastam com a realidade de Mato Grosso do Sul, seja com craques dentro de campo, estrutura ou salários astronômicos, levando ao pensamento de nem se tratar do mesmo esporte.
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No levantamento da France Football, divulgado em abril, Neymar aparece com remuneração de R$ 340 milhões por temporada, R$ 28,3 milhões mensais. O cálculo mais detalhado aponta que o camisa 10 da seleção brasileira ganha R$ 943,3 mil por dia. Os valores contam com salário bruto, premiação e receitas publicitárias.
Em comparação com o que um jogador ou técnico bem remunerados em Mato Grosso do Sul podem ganhar, são 707.500% de diferença, levando em consideração salário em torno de R$ 4 mil, já elevado para os padrões locais.
O Operário, atual campeão sul-mato-grossense, foi um dos que precisou investir para chegar ao título. O presidente do clube, Estevão Petrallas, disse que somente desta maneira o clube conseguiu quebrar a marca de duas décadas sem título. “Bastante audacioso, até quase inconsequente, mas tínhamos que arriscar”, exalta.
Ele lembra que os dirigentes do Estado precisam trabalhar com o chamado “cobertor curto”, ou seja, cobrindo a cabeça, mas deixando os pés para fora. “É gestão, o que você economiza na alimentação paga de salário”. Para isso o Galo apostou em nomes de atletas que já vestiram a camisa de clubes de expressão, como Rodrigo Gral (Palmeiras e Grêmio), Rodrigo Arroz (Guarani), André Paulino (Chapecoense) e o goleiro Pereira (Gama).
Em março, o Campo Grande News fez um perfil do União ABC, time mais novo do Estadual. O salário dos jogadores não passava de mil reais, sempre com a intenção de revelar jogadores e não pensando em títulos.
Apesar do abismo em que Mato Grosso do Sul se encontra em comparação com o futebol europeu, o Estado não vive fora da realidade do cenário nacional. Levantamento da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgado no ano passado aponta que 82,40% dos 28.203 jogadores profissionais registrados no país ganham até mil reais de salário.
Outros 13,68% dos jogadores têm vencimentos de até R$ 5 mil e menos de 5% têm a carteira de trabalho registrada com salário acima de R$ 5 mil.