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Arquitetura

Entre o lúdico e o sensorial, ambientes para criança são mais que simples beleza

Paula Maciulevicius | 27/08/2016 07:38
Espaço Criança, inspirado em "Alice no País das Maravilhas". (Foto: Denilson Machado)
Espaço Criança, inspirado em "Alice no País das Maravilhas". (Foto: Denilson Machado)

Inspirações que vieram de Alice no País das Maravilhas ou pelo método montessoriano. Na edição 2016 da Casa Cor MS, o casarão da família Dibo, na Avenida Afonso Pena, trouxe o lúdico e o sensorial à mostra em ambientes pensados para os pequenos. No Espaço da Criança e no Quarto dos Gêmeos, a vontade que nos dá é de voltar à infância.

O Espaço é um dos primeiros ambientes do interior da casa, à direita de quem entra, o passeio pela criação de Lewis Carroll, que ganhou nova roupagem pelas mãos de Tim Burton, é um convite às crianças para a leitura. 

"Alice porque é uma personagem feminina, lutadora e que foi atrás de resolver os problemas dela e dos amigos. É um ícone", explica a arquiteta que projetou o ambiente, Patrícia Marques, estreante na Casa Cor. Patrícia trabalhou desde o mergulho - referência de Lewis Carroll - na toca que simboliza a passagem entre infância e adolescência, até a transcendência na continuação, de uma Alice que vai à luta para conseguir o que quer.

No Quarto dos Gêmeos, método montessoriano foi destaque. (Foto: Denilson Machado)
No Quarto dos Gêmeos, método montessoriano foi destaque. (Foto: Denilson Machado)
Estante é organizada conforme a idade da criança, papel à vontade para desenhos.
Estante é organizada conforme a idade da criança, papel à vontade para desenhos.
Cabaninha é o lúdico para que pequenos também brinquem. (Fotos: Marcos Ermínio)
Cabaninha é o lúdico para que pequenos também brinquem. (Fotos: Marcos Ermínio)

As cores da personagem, amarelo e azul, estão em destaque no espaço, junto do bordô que lembra a Rainha de Copas. "Não tem como mostrar seu valor se não houver um desafio e ela é o desafio de Alice", explica Patrícia. Em uma das portas, a bebida em azul "drink me", brinca com a cena da poção que transforma Alice em pequena. Parte da parede também é tomada pela obra de Junior Ojeda, stuck em cima do concreto da casa.

Representando o improvável, as xícaras de ponta cabeça viram luminárias acima da mesinha com cadeiras réplicas de Luís XV. "Trabalhamos o lúdico, o improvável, aquela coisa que você desacostuma ao olhar", resume a arquiteta.

Ao subir as escadas, o quarto montessoriano dos gêmeos vem cheio de ideias para os pais. Projetado pelas arquitetas Bárbara Guimarães e Camila Zaina e designers Nadiani Bertol e Simone Dantas, o projeto contempla o crescimento da criança. 

Até banheiro foi pensado para tudo ficar a altura dos pequenos. (Foto: Marcos Ermínio)
Até banheiro foi pensado para tudo ficar a altura dos pequenos. (Foto: Marcos Ermínio)

"A gente queria um espaço que possibilitasse a liberdade e que não fosse um ambiente que daqui seis meses os pais precisem fazer alterações drásticas, como trocar o mobiliário, por exemplo", explica a arquiteta Bárbara. Em pesquisas, as responsáveis pelo projeto encontraram no método montessoriano, as características que serviram de inspiração para o autoconhecimento e a liberdade da criança.

Como são gêmeos, ao lado de cada berço, espelhos são colocados para que desde bebês, os filhos acompanhem todo o próprio processo de crescimento, além de trabalhar a ampliação do campo de visão e assim ver quem está se aproximando. 

Próximo ao chão, na parede, uma barra acompanhada de outro espelho serve como apoio para quem está começando a dar os primeiros passinhos. E um pouco mais acima, o mural da família estampa fotos dos pais e familiares para que o pequeno se reconheça desde sempre.

Para trabalhar o lúdico, uma cabaninha foi colocada próxima da escrivaninha e da estante na qual cada nível organiza os brinquedos correspondentes às idades. Junto do closet e do banheiro, o espaço, as arquitetas e designers trabalharam três elementos: céu, terra e água. Com um base neutra, só se percebe as cores aplicadas aos meninos e meninas em sutis detalhes próximo ao berço.

Uma das boas e simples ideias do espaço está no armário, a mais baixinha das divisórias tem um varal à altura dos pequenos, para que eles mesmos possam escolher o que vestir. Ao lado de cada guarda-roupa, um painel brinca com texturas, colocando tudo aquilo que a gente tem em casa de material, como botão, linha e bordados, para distrair e ao mesmo tempo explicar formas geométricas às crianças.

A claraboia, presente em quase todos os ambientes da casa, é fruto da arquitetura de Rubens Gil de Camillo e que no closet, foi complementada com um pergolado, mais uma brincadeira para trazer o verde e a terra ao espaço.

A Casa Cor fica aberta até o dia 9 de outubro, de terça a domingo, das 16h às 22h, na Avenida Afonso Pena, 4025. Ingressos na bilheteria do evento. A entrada inteira custa R$ 40 e a meia, R$ 20,00.

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Berços viram cama e também escrivaninha com o passar do tempo. (Foto: Marcos Ermínio)
Berços viram cama e também escrivaninha com o passar do tempo. (Foto: Marcos Ermínio)
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