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Artes

De doméstica a artista: Delinha cumpriu missões para partir em paz

João Paulo lembra os sacrifícios que a mãe fez em vida, a obra que ela deixa para o País e o carinho dos fãs

Jéssica Fernandes | 16/06/2022 11:38
Em casa, João Paulo comenta sobre o falecimento da mãe, a Delinha. (Foto: Paulo Francis)
Em casa, João Paulo comenta sobre o falecimento da mãe, a Delinha. (Foto: Paulo Francis)

Na varanda da casa onde foi criado pela mãe, João Paulo Pompeo, de 53 anos, relembra os meses difíceis que Delanira Pereira Gonçalves, a Delinha, enfrentou, os sacrifícios feitos em vida para sustentar a família e o legado que a ‘Dama do Rasqueado’ deixa para as próximas gerações.

Ao Lado B, o filho da cantora comenta que desde o final de 2021 Delinha estava com a saúde debilitada. “A mãe desde que caiu em novembro deu uma debilitada. Todas as internações que ela teve foi devido ao pulmão. Dessa última vez que ela ficou internada, ela voltou para casa e ficou dependente de oxigênio. Ela estava assistida por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistente social”, explica.

No último sábado (11), Delinha ficou cerca de quarenta minutos sentada na sala sem precisar recorrer ao equipamento de oxigênio. Ao acompanhar a cena, ele conta que criou esperanças. "Eu falei: 'Ela vai melhorar'. Quando foi no domingo estava muito frio e a cuidadora falou que minha mãe passou mal a noite inteira", fala.

Devota, Delinha mantinha em casa um espaço para a santa. (Foto: Paulo Francis)
Devota, Delinha mantinha em casa um espaço para a santa. (Foto: Paulo Francis)

Ao decorrer dessa semana, a cantora não apresentou melhora, por isso, ele decidiu rezar pela mãe. "Ontem eu vi que ela não tava bem. Quando cheguei na igreja, pedi para Nossa Senhora que a curasse, mas, se não fosse da vontade, que ela fosse para Deus sem sofrimento. Foi o que aconteceu", expõe.

Mãe, cantora e exemplo - Nas palavras de João Paulo, a mãe foi uma "pessoa que nunca deixou a peteca cair". Após se separar de Délio, Delinha trabalhou de doméstica para manter a casa. "Em casa era eu, ela, minha vó e meus tios. Ela para não passar necessidade em casa trabalhou de doméstica,  ela já tinha 17 discos gravados, mas em casa era ela que cuidava", lembra.

Hoje, por volta das 6h, Delinha foi encontrada na cama por uma cuidadora. Embora ainda não saiba a causa da morte, João Paulo acredita que a mãe faleceu dormindo e em paz. "É o ciclo da vida", resume.

Na visão dele, Delinha deixa um legado importante para a cultura e para as próximas gerações prestigiarem. "O importante para o artista é ter a obra eternizada. Tenho certeza que daqui cem anos vão estar tocando essas músicas. Tenho certeza que isso faz parte da história do nosso Estado e do Brasil. A grande riqueza é o carinho das pessoas", conclui.

O velório da cantora acontece até às 16h na Câmara Municipal de Campo Grande, localizada na Avenida Ricardo Brandão.

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