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Artes

Medo da 'pintura' de Ney Matogrosso inspirou Vinícius a virar músico

Com nome da geração Z, artista transformou ansiedade e amores em indie rock alternativo

Por Natália Olliver | 24/08/2025 08:23
Medo da 'pintura' de Ney Matogrosso inspirou Vinícius a virar músico
Vinicius Torres canta índia e rock alternativo em Campo Grande (Foto: Arquivo pessoal)

Quando era criança, ele morria de medo dos palhaços. Não era só da maquiagem carregada, mas dos trejeitos também. O mesmo choque veio quando viu o Secos e Molhados pela primeira vez e se deparou com a cara pintada do artista Ney Matogrosso. Foi assim, no susto e no “medo”, que Vinícius Torres, de 22 anos, decidiu que levaria esse estilo para ele. O músico começou a própria banda com canções jovens que misturam indie e rock alternativo.

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Vinicius Torres, músico de 22 anos, transforma seu medo de infância em arte ao criar a banda "She Loves Mandraki". Inspirado por artistas como Ney Matogrosso e David Bowie, ele usa maquiagem em suas apresentações e mistura indie com rock alternativo em suas composições. Artista independente em Campo Grande, onde predomina o sertanejo, Torres prepara o lançamento do EP "A Química dos Corações Partidos". Suas músicas autorais abordam temas como rotina, sentimentos e vida, com influências de bandas como The Velvet Underground e The Strokes.

Com nome diferente, inspirado na geração Z, “She Loves Mandraki”, Vinícius começou a fazer o som que ele tanto gosta de ouvir. Depois de Ney, a arte de se pintar já aconteceu com outras bandas brasileiras, inclusive o Teatro Mágico.

“Quando vi pela primeira vez o Secos e Molhados eu não entendia muito bem o Ney e estranhava muito aquilo. Conforme fui crescendo, fui entendendo toda a ousadia e a atuação no palco. Acabei puxando um pouco disso. Usar essa maquiagem faz com que outro eu se revele, uma outra persona.”

Ele explica que o nome artístico surgiu através de um coletivo de skate e uma brincadeira com amigos. “Eu e mais uns caras estávamos no Parque do Sóter e um dia nosso amigo Caio mudou o @ do Instagram pra ‘shelovescaio’ e aí geral mudou também. Também curto muito ‘She Loves You’, dos Beatles, que de certa forma casou muito. O Mandraki foi porque a rapaziada me chamava assim, aquelas modinhas de Facebook de mudar o nome. Assim  acabou que pegou.”

Medo da 'pintura' de Ney Matogrosso inspirou Vinícius a virar músico
Medo da 'pintura' de Ney Matogrosso inspirou Vinícius a virar músico
Vinícius começou a compor depois de uma crise de pânico (Foto: Arquivo pessoal)

Vinícius se inspira em bandas e artistas como The Velvet Underground, Lou Reed e David Bowie. Segundo ele, cada um tem uma pegada de inspiração.

“O Velvet tem esse lado cru, bagunçado, meio caótico, onde eu vejo muita beleza. Já o Lou Reed tem um jeito direto de escrever, meio confessional. Me inspira bastante na hora de escrever as letras. O Bowie é um universo à parte, curto muito a forma como ele criava personagens e mundos inteiros em volta da música. De certa forma, tudo isso acaba aparecendo no meu projeto porque também tento transformar minhas músicas em algo que vai além do som, quase como se fosse uma história ou um cenário.”

Em setembro, ele vai lançar um EP chamado “A Química dos Corações Partidos”. De acordo com o artista, o trabalho mostra um pouco da fase que ele está vivendo atualmente. As músicas conversam entre si e têm a estética que ele vem construindo. “Estou bem animado pra colocar isso no mundo e ver como as pessoas vão receber.”

Artista independente

O jovem conta que sempre quis ser músico e que já escrevia e desenhava quando era criança. O estopim para querer seguir carreira foi ter uma crise de pânico no começo da adolescência. “Foi o que me fez desabrochar de vez e compor minhas primeiras canções.”

Para ser um artista independente em Campo Grande, cantando outro ritmo que não é o sertanejo, o mais vendido e aceito, Vinícius se diz esperançoso e se sente desafiado.

Medo da 'pintura' de Ney Matogrosso inspirou Vinícius a virar músico
Medo da 'pintura' de Ney Matogrosso inspirou Vinícius a virar músico
Jovem conta que sempre quis ser músico e que já escrevia e desenhava quando era criança (Foto: Arquivo pessoal)

“Inventei de ser artista underground de rock indie logo na cidade onde o que predomina é o sertanejo. Não tenho nada contra, enquanto eles ganham dinheiro eu ganho reconhecimento".

Entre as próprias canções as ele mais gosta são as faixas “Pensar”, “Eva 01”, “Nenhum Adulto Entenderia” e “Circos e Palhaços”. A última foi escrita após Vinícius conhecer um estilo versátil de composição.

“Eu tava fissurado em um anime chamado ‘Cowboy Bebop’ e toda aquela melancolia da história e aqueles ‘Vejo você, cowboy do espaço’. Eu tentei retratar nessa música todo o lance do Spike (personagem principal) viver com um dos olhos no passado. O sentimento de nunca superar o que foi deixado de lado.”

Já “Pensar” é uma das melhores pra ele. “Foi numa época que eu tava ouvindo muito The Strokes, então quis fazer essa pegada mais sentimental, um pouco mais séria, uma letra que se aproximava muito do que eu sentia.” No geral, as músicas falam sobre rotina, sentimentos e vida.

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