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Artes

Paixão por flores fez Dani aprender a dobrar papel e relembrar os avós

Na arte do origami e do lettering, ela se reconecta com sua ancestralidade e fica com o sentimento de ter os avós sempre por perto

Raul Delvizio | 10/01/2021 07:47
Dani Tibana é a apaixonada por flores em dobradura japonesa (Foto: Arquivo Pessoal)
Dani Tibana é a apaixonada por flores em dobradura japonesa (Foto: Arquivo Pessoal)

Desde que era bem pequena, Daniela Tibana sempre levou jeito para a arte japonesa das dobraduras de papel, o origami. Aos 43 anos, hoje já sabe bem o porquê. Além de selar o laço com uma identidade cultural nipônica tão tradicional, é a forma que encontrou de relembrar e saudar os avós – quase todos nunca conhecidos.

"Só conheci meu avô por parte de pai, então manter o hábito da arte do origami é como se eu tivesse a presença dos meus avós sempre por perto, a dobrar cada folha de papel junto comigo", considera.

Dani ao lado do pai (Foto: Arquivo Pessoal)
Dani ao lado do pai (Foto: Arquivo Pessoal)

"Eu sempre busquei conhecer a cultura e costumes do Japão. Em vários momentos da minha vida, até fiz aulas de japonês. Gosto muito das músicas, tanto as tradicionais quanto as modernas, e leio muitos autores nipônicos. No origami, encontrei uma forma de manter esse laço com minhas origens", argumenta.

Por mais que Dani faça mil e um tipos de origami, sua paixão é pelas dobraduras de flores "É a forma que acabo dobrando sempre. Estou feliz, faço flor. Estou triste, faço flor. Elas me enchem os olhos e o coração de alegria, e penso que as pessoas que também vêem as fotos sentem a mesma coisa", opina.

Para ela, gosta tanto porque se assemelham à realidade (Foto: Arquivo Pessoal)
Para ela, gosta tanto porque se assemelham à realidade (Foto: Arquivo Pessoal)
São diferentes formas, cores e tamanhos (Foto: Arquivo Pessoal)
São diferentes formas, cores e tamanhos (Foto: Arquivo Pessoal)

"As flores são minhas preferidas porque são as que mais se assemelham à realidade. Acho incrível que, com somente dobras simétricas no papel, pode-se chegar tão próximo de algo criado pela natureza", questiona.

Ela não sabe precisar, mas provavelmente começou com a dobradura de papel com seus 9 para 10 anos, quando ainda estudava na Visconde de Cairu, nos anos 1980. Na época, dobrava bichinhos, principalmente o tsuru, o pássaro que dá forma ao origami mais tradicional da cultura japonesa.

Dani começou com o origami quando tinha entre 9-10 anos, nos anos 1980 (Foto: Arquivo Pessoal)
Dani começou com o origami quando tinha entre 9-10 anos, nos anos 1980 (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 43 anos, o hobby está cada vez mais se tornando sua nova profissão: a de ser artista (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 43 anos, o hobby está cada vez mais se tornando sua nova profissão: a de ser artista (Foto: Arquivo Pessoal)

"Aprendi com os livrinhos que ganhava de meu pai e minha mãe, que sempre estimularam esse lado criativo. Na adolescência perdi um pouco o interesse, e só voltou na época do Orkut, quando tinha várias comunidades dedicadas ao assunto. Já adulta, passei a me interessar mais e mais. Com as redes sociais, pude ter contato com artistas de origami que admiro e ainda trocar experiências com pessoas de várias partes do mundo", afirma.

Para ela, com certeza as dobraduras de papel se tratam quase como uma terapia. "Apesar de ser descendente de japonês, não tenho aquele estereótipo da paciência oriental, então o origami me faz treinar o autocontrole e ter foco", brinca. Quem costuma dizer que essa arte é muito difícil, complicada, Dani tem uma resposta na ponta da língua: "é só começar com as formas mais simples, para então ir avançando. É tudo questão de treino, prática mesmo. Não tem 'dom' envolvido. É a mesma coisa com o lettering", garante.

Quantos tsurus será que devem ter por aqui? (Foto: Arquivo Pessoal)
Quantos tsurus será que devem ter por aqui? (Foto: Arquivo Pessoal)
Estrelas também são seu forte (Foto: Arquivo Pessoal)
Estrelas também são seu forte (Foto: Arquivo Pessoal)

Mais recentemente, em 2016, por meio de alguns vídeos que assistiu na internet, descobriu um outro tipo de arte: a da caligrafia – e resolveu tentar. "Fazia algumas artes, mas sem muita técnica. Ano retrasado fiz o meu primeiro curso e melhorei bastante. Passei até a fazer alguns quadrinhos sob encomenda. No ano passado fiz outros dois e, acabou que recebi um convite da Mariana Viabone, uma das grandes referências de letering no Brasil, para participar do seu Clube do Lettering junto de outras 13 alunas-embaixadoras".

Formada em Letras pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Dani pouco exerceu a profissão já que ela conseguiu um cargo de analista técnico na Semed (Secretaria Municipal de Educação). Mais recentemente, em 2020, entrou para um curso de Artes Visuais em uma faculdade privada da Capital, isso no esquema do ensino à distância – o que para ela funciona bem para conciliar seus outros compromissos.

Em 2016, Dani começou a apostar no lettering (Foto: Arquivo Pessoal)
Em 2016, Dani começou a apostar no lettering (Foto: Arquivo Pessoal)

Quem sabe a partir de agora realmente mude de profissão, transformando seu lado de artista como carreira principal. "A oportunidade simplesmente surgiu e eu abracei. Quero continuar me aprimorando, fazendo mais cursos, e quem sabe realmente fazer da arte – que já é minha maior paixão – minha fonte de renda da pra frente", finaliza.

Para encomendas de quadrinhos e cartões em lettering e/ou origami, basta entrar em contato no perfil do Instagram da artista.

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No final das contas, Dani se encontro tanto no origamis quanto pelo lettering (Foto: Arquivo Pessoal)
No final das contas, Dani se encontro tanto no origamis quanto pelo lettering (Foto: Arquivo Pessoal)
É o desejo de Daniela Tibana para o ano de 2021 (Foto: Arquivo Pessoal)
É o desejo de Daniela Tibana para o ano de 2021 (Foto: Arquivo Pessoal)
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