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Comportamento

"Para fazer faxina, é preciso revirar a casa e tirar as coisas do lugar"

Elverson Cardozo | 16/04/2015 06:56
"Não gosto de mudar as coisas de lugar, nem de revirar a casa. Não gosto, portanto, de faxina que bagunça tudo"
"Não gosto de mudar as coisas de lugar, nem de revirar a casa. Não gosto, portanto, de faxina que bagunça tudo"

Essa frase não é minha e desconheço o autor. Mas ouvi dia desses, gostei e acho que faz todo o sentido reproduzir aqui, afinal, quem consegue fazer faxina sem tirar as coisas do lugar? Ninguém. Não acho que isso seja possível e, se for, duvido que a faxina saia bem feita.

Você pode até dar uma limpadinha básica, mas adianta se a maior parte da sujeira vai ficar debaixo do tapete? Acho que não. A frase é metafórica, óbvio, mas eu adoro metáforas e sempre uso quando não consigo explicar de maneira racional o que está na ponta da língua.

Consigo fazer boas associações utilizando esse recurso, pelo menos no nível da minha própria interpretação. Desta vez, pensando na frase que ouvi, parei para refletir sobre as últimas faxinas que fiz. Não foram muitas e as que aconteceram de verdade, e mudaram grandes coisas, não dependeram exclusivamente de mim. Ou dependeram, sim, e eu não percebi.

Não gosto de mudar as coisas de lugar, nem de revirar a casa. Não gosto, portanto, de faxina que bagunça tudo, apesar de saber que esse pensamento vai na contramão do que acabei de dizer. Mas, me deixe explicar: a limpeza até que me faz bem, só que gostaria de organizar as coisas apenas uma vez.

Detesto arrumar tudo e ter de desarrumar por qualquer que seja o motivo. Sou assim não apenas com o meu quarto, que é meu refúgio. Sou assim em todos os setores da minha vida. Planejo, encontro um lugar para cada coisa, encaixo outras que não estavam previstas, mas, quando termino, quero paz.

Alguns podem chamar isso de comodismo. Eu chamo de foco. Seria tão fácil se nada saísse do lugar, né? Seria... Mas isso não acontece. As coisas mudam. O mundo parece girar em outra rotação, bem diferente da engrenagem que faz funcionar o meu cérebro.

No geral, evito mudanças e, por isso, fico adiando as novas "arrumações" da casa, mente e coração. O problema começa quando o "não aguento mais" chega e a faxina se torna inevitável.

Em uma situação assim, eu vou em frente, boto a mão na massa, mas sempre com muito medo de quebrar algum vaso. É porque vaso quebrado, todo mundo sabe, nunca volta a ser o mesmo, por mais que todos os cacos sejam colados.

*Elverson Cardozo é repórter do Lado B, super ansioso, e criou um blog para falar sobre o assunto.

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