Aluno tem violão roubado, ganha outro de professores e agora quer ensinar música

Wendel Fernando Ferreira Matos, 13, estudante do 7º ano na Escola Municipal Desembargador Carlos Garcia de Queiroz, no bairro Zé Pereira, em Campo Grande, não imaginava que era tão querido pelos professores.

Na última semana, durante um passeio com os amigos em um shopping da cidade, alguém roubou o violão que o menino sempre carregava nas costas, para cima e para baixo, há aproximadamente dois anos. Três dias depois ele estava com um novo instrumento, feliz da vida.

A doação veio de uma jornalista, mas o empenho para conseguir outro partiu dos professores de Wendel, que o enxergam como um aluno esforçado e, além disso, bastante talentoso.

“Ele é nosso principal músico lá. […] Toca violão, teclado, sanfona...” Quem diz isso é o professor Wolney Claudino Moura, de 28 anos, que deu aulas de ciências para Wendel na sexta série e hoje, mesmo distante dele, acompanhou de perto essa história.

A “campanha” e a entrega do novo violão ao garoto, conta, chamou a atenção da escola toda. Ele não participou do momento, mas relata que vários colegas se reuniram para presenteá-lo. O aluno confirma e diz que a surpresa veio na hora do intervalo.

“Me chamaram no microfone. Fui na sala e tinha uns 40 professores lá me esperando. A coordenadora começou a explicar que eu era um bom aluno e, por isso, eles tinham conseguido o violão pra mim”.

Foi um momento emocionante, diz a coordenadora, Veruska da Silva Echeverria Araújo, de 35 anos. “Ele ficou até meio atônito, sem saber o que fazia. Apesar de nunca ter lecionado para o menino, ela também faz questão de elogiá-lo.

“Ele cativa todo mundo na escola. É um exemplo de bom menino. Se destaca porque sempre procura ajudar os outros. Além disso, a gente nota que os pais podem não ter tanto dinheiro, mas se esforçam para dar valores a ele”, comenta. Wolney reforça essa visão: “É um menino bom, muito bom. E a gente sabe que, futuramente, vai ser alguém”.

Wendel não esconde a felicidade. “Percebi que eles tem consideração comigo”, comenta. Com o novo instrumento em mãos, o adolescente agora quer dar aulas de violão para os colegas. As oficinas, segundo ele, já foram liberadas pela direção da escola e serão ministradas aos sábados. “Já tem uns 30 alunos”, afirma. O curso, segundo a coordenadora, faz parte do projeto Escola Viva, que oferece atividades de graça para a comunidade.