Casarão dos anos 40 vira cenário para registro de amor entre móveis antigos
As portas do casarão dos anos 40 se abriram para um casal apaixonado voltar às raízes. A noiva é de Corumbá e há 15 anos foi morar à beira-mar. O noivo é de Itajaí e juntos, Melissa e Fernando, protagonizaram o amor no prédio eclético onde viveu o advogado, jornalista e escritor Gabriel Vandoni de Barros, o Dr. Gabi, em Corumbá.
Na esquina das ruas Cuiabá e XV de Novembro, o imóvel recém revitalizado pela Prefeitura de Corumbá foi entregue em junho deste ano para ser a nova sede da Fundação de Cultura de Corumbá. Por décadas, a casa permaneceu fechada, sofrendo as agruras do tempo que não perdoa nem a história.
Dr. Gabi, como era conhecido, foi um corumbaense que, onde pode entrar, deixou um pouco de si e carregou muito da cultura de cada segmento. Foi advogado, jornalista, escritor, político, pecuarista e benfeitor da cultura pantaneira e da educação das crianças.
Na revitalização, a arquitetura, tal qual a história de quem a ocupou, foi evidenciada, a partir da paleta de cores utilizada na construção, na parte externa e internamente, bem como no mobiliário.
Melissa, a noiva, é cerimonialista de casamentos e o noivo, publicitário. O casal se conheceu trabalhando e está junto há dois anos e meio. O casamento ficou marcado para janeiro do ano que vem, em Itajaí, onde outro ensaio também será feito.
"Decidimos fazer as fotos em Corumbá porque a ideia foi resgatar a nossa origem, o cenário foi proposto pelo fotógrafo Clóvis Neto, um corumbaense apaixonado por sua cidade", conta Melissa Bueno de Andrade, de 37 anos.
O fotógrafo, Clóvis, conta que um outro local estava marcado, mas não deu certo e quando eles passaram em frente ao prédio, ele sentiu que deveria fotografar ali. "Como já conhecia, conversei com a administração que autorizou e foi tranquilo", explica Clóvis Neto, de 31 anos.
Dom Quixote - Apaixonado por um dos mais emblemáticos personagens da literatura, Dr. Gabi transportou das páginas para o mobiliário, Dom Quixote de la Mancha. Por vários cômodos ca casa, Dom Quixote está em esculturas, dizeres entalhados nas paredes e quadros, dividindo espaço com seu santo de devoção, São Francisco de Assis.
No interior da casa, móveis talhados com detalhes fazem de cada peça uma obra de arte que se completa com o acervo de esculturas de Maria Gattas, telas de Jorapimo e Hebe Lacerda. Dr. Gabi morreu em 1988 e sua moradia, hoje chamada "Casa de Memória Dr. Gabi", está aberta para visitação.
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