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Comportamento

Coloque o pé na estrada! Inspire-se em "doidos" que se embrenharam pelo Brasil

Lado B | 03/01/2016 09:45
Imagem mais recente enviada por Lucas, em um praia deserta.
Imagem mais recente enviada por Lucas, em um praia deserta.

Em 2015 o Lado B perdeu 2 repórteres...Mas perdeu para o mundo!

Por isso, nem tem como se chatear. Os dois pegaram a mochila, não pensaram em mais nada além das vantagens de viver como gostam: com liberdade suficiente para ir e vir quando quiserem.

Como começo de ano é sempre hora de buscar inspiração, perguntamos aos dois como foram os últimos meses, a experiência de sair por aí sem destino.

Lucas está em Paraty.
Lucas está em Paraty.

 

Lucas Arruda pegou a estrada de novo em 2015. Depois de percorrer a América Latina, resolveu viajar pelo Brasil. Hoje está em Paraty, onde trabalha em hostel.

"Comecei o ano com um bom emprego, onde cresci muito profissionalmente, mas sempre me senti inquieto parado em Campo Grande, com uma imensa vontade de sair por aí e conhecer o mundo.

Saí do emprego no fim de fevereiro e decidi passar duas semanas no Rio de Janeiro. Lá fiz muitos amigos no hostel que fiquei, foi a primeira vez que estive em um quarto compartilhado com pessoas que nunca tinha visto (tinha mais de 20 camas no quarto).

Conheci muitos gringos e a maior parte deles estava mochilando pela América do Sul, como tinha uma grana guardada para comprar um carro, decidi fazer o mesmo.

Voltei a Campo Grande e me planejei para conhecer a América do Sul a partir da Bolívia. Viajei por três meses até Quito no Equador e foi a experiência mais incrível da minha vida.

Fiz muitos amigos pelo caminho, conheci mais de uma dezena de lugares maravilhosos, aprendi a falar espanhol e melhorei o meu inglês. Voltei para Campo Grande e comecei a trabalhar aqui para o Lado B, mas a vontade de viajar foi mais forte e decidi seguir um rumo incerto.

Há um mês e meio cheguei a Paraty e não sei até quando fico por aqui, quero seguir para o Sul, rumo a Argentina e Uruguai, alguma hora (acredito que não tardarei muito).

Hoje trabalho num hostel, o Che Lagarto, que tem filiais por cinco países de nosso continente, onde posso continuar trabalhando e conhecendo novos lugares, além de encontrar gente do mundo todo também.

Agora, apesar de não ter muito dinheiro, tenho certeza que tomei o rumo certo para a minha vida e espero continuar conhecendo lindos lugares, pessoas e suas histórias. Ah, continuar escrevendo também. Esse é o rumo que escolhi e é o que amo fazer!"

Aline viaja na base da carona.
Aline viaja na base da carona.

Aline Araújo deixou o Lado B e logo depois resolveu correr o Brasil só na base da carona. Viabiliza a viagem vendendo brigadeiros. 

"Quando eu decidi fazer a viagem eu imaginava que mudaria a minha vida, mas não tinha ideia do quanto. Durante três meses eu passei por seis estados, 36 cidades. Conheci muita gente, aprendi muita coisa e gastei bem pouco (menos de 2 mil reais). Sustentei minha viagem trabalhando.

Com essa experiência mudei minhas prioridades e minha maneira de olhar para a vida e para o mundo. Descobri que posso ir muito mais longe, que sou capaz de muita coisa e que a felicidade é simples, é clichê, mas é verdade. Eu só tenho de agradecer por quem me tornei em 2015 e tenho consciência que a mudança está só começando.

Em 2016 sei que vou ter momentos ruins e bons também, é assim para todo mundo, o que muda é como você encara cada um deles. Estar longe de casa sozinha é aprender a fazer sua escolhas sem se deixar influenciar por seus afetos (sua família e amigos) e carregar a responsabilidade delas sozinha, também os bônus de quando dá certo e o ônus de quando não dá.

Pretendo entrar 2016 com menos bens materiais que tenho hoje, nunca fui consumista, mas descobri que ainda assim tenho muito mais do que eu preciso. Estou arrumando a mochila para ir para Minas, dessa vez para morar, já tenho trabalho certo por lá e vou fazer um curso. Fico lá por três meses, enquanto espero o resultado de alguns editais que pretendo desenvolver com parceiros.

Mudar de rumo não é renunciar ao capitalismo, mas aprender a viver bem com o meu trabalho e sabendo que quanto mais trabalho mais eu ganho, mas que posso escolher ganhar menos em troca de tempo. É só me equilibrar com as minhas contas.

Estou feliz com a escolha de não "vencer" aos olhos dos outros, e sim viver. A gente precisa fazer escolhas e, hoje, sucesso para mim é ter qualidade de vida e tempo para me dedicar aos projetos que executo com amor.

Mas estou cuidando da previdência também, e guardando um dinheirinho para o futuro, depositado com carinho todo mês é claro. Ainda em 2016 pretendo fazer outra viagem, conhecer mais duas regiões brasileiras antes de sair pela América do Sul. Mas um passo de cada vez. E de coração aberto, pode ser que muita coisa mude até lá."

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