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Comportamento

Com a cidade vazia, observar capivaras é passeio de quem ficou

Mato Grosso do Sul não tem praia, mas tem natureza e passeios de sobra para curtir o feriadão

Izabela Sanchez | 15/11/2018 14:28
Capivaras dividem espaço no lago do amor com jacaré (Foto: Paulo Francis)
Capivaras dividem espaço no lago do amor com jacaré (Foto: Paulo Francis)

“Dou respeito às coisas desimportantes/ e aos seres desimportantes./Prezo insetos mais que aviões./Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis./Tenho em mim um atraso de nascença./Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos”. Assim é parte do poema “O apanhador de desperdícios" de Manoel de Barros, poeta sul-mato-grossense falecido há 3 anos, em novembro de 2014. A natureza e sua ‘desimportância’ é o que também atrai os campo-grandenses ao Lago do Amor, onde passam o feriado a observar os animais com tranquilidade, especialmente as capivaras.

Mato Grosso do Sul pode até não ter litoral, mas é rico em água doce e diversidade da fauna e flora. É considerado um privilégio poder observar essa diversidade na Capital de um estado que divide o tráfego das araras e tucanos com o de carros. A tranquilidade do Lago do Amor atraiu, pela primeira vez, o pedreiro Gerson Ortelhado, 50, que tomava uma garapa durante a tarde de quinta-feira (15).

“Vim pelo ambiente, gosto de olhar os rios, as capivaras. Inclusive, do domingo quero trazer a família pra cá”, comentou.

A vendedora Maria Donizete tira um tempinho para observar o lago (Foto: Paulo Francis)
A vendedora Maria Donizete tira um tempinho para observar o lago (Foto: Paulo Francis)

Para a vendedora Maria Donizete da Silva, 55, o local une o útil ao agradável. Isso porque além de curtir o cenário, ela acaba lucrando mais com as vendas de garapa e pasteis durante o feriado.

“Estou aqui todos os dias, no feriado bastante gente vem, vem gente de São Paulo, Estados Unidos, tudo quanto é gente. Tem uns que nem entendo o que falam. É muito bom, gostoso [o local]. Está precisando dar uma limpada nesse lago para não acabar”, relata.

A monitora de escola Odete Alves da Silva, 55, arriscou um passeio “solo” pela primeira vez e escolheu o local pela tranquilidade. Enquanto tomava uma água de coco, ela agradecia pela exuberância da natureza.

Capivara se alimenta na beira do lago do amor (Foto: Paulo Francis)
Capivara se alimenta na beira do lago do amor (Foto: Paulo Francis)

“Eu estava sozinha em casa, meu filho viajou. Pensei, pensei e falei: ‘vou lá no lago do amor’. É muito bom aqui. É uma higiene mental, agora que saí uma vez não paro mais em casa. É ótimo para aproveitar o feriado, é tranquilo, só alegria. Gente, eu filmei elas atravessando ali [capivaras]. É encantador”, afirma.

O casal Edilene dos Santos, 37, do lar e Aildo Berto, 43, motorista, aproveitaram o dia para levar a filha de 4 anos. “Eu gosto muito de ver o lago do amor”, comenta a pequena. “Quando tem um tempinho a gente vem”, comenta o pai. “É gostoso aqui, bem fresquinho, tomar um vento é bom. Aqui é tudo de bom [Campo Grande], muita árvore, lugar muito gostoso”, emenda Edilene.

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