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Comportamento

Confusão de pai que se registrou sozinho fez nascer a família “Lindoca” em MS

Com sobrenome simpático, homens e mulheres dizem que o Lindoca é motivo de orgulho, mas também muitas risadas.

Thailla Torres | 22/10/2019 07:15
Maria, Marilene, Neuza, Marinalva e Malvina, todas carregam o sobrenome Lindoca. (Foto: Marcos Maluf)
Maria, Marilene, Neuza, Marinalva e Malvina, todas carregam o sobrenome Lindoca. (Foto: Marcos Maluf)

Uns ainda tentam disfarçar com “hum, que sobrenome diferente”. Já os mais íntimos não resistem à pergunta “você não está inventando?”. Em Campo Grande, na região do Jardim Canguru, uma família de quase 40 pessoas leva na identidade o sobrenome Lindoca. De sonoridade simpática, o sobrenome é motivo de orgulho, mas também de muitas risadas.

O lado mais bacana da história é que a família tira de letra qualquer piadinha e adora rir quando conta a origem dos Lindocas. “Na maioria das vezes eu brinco que chamo Lindoca porque sou linda mesmo e por aí vai”, brinca a funcionária pública Marinalva Riboli Lindoca.

A verdade é que o sobrenome nasceu há mais de oito décadas, quando o pai, Francisco Lindoca, se registrou sozinho no cartório. “Naquele tempo as pessoas que não tinham condições se registravam sozinhas, na adolescência”, conta a irmã Malvina Riboli Lindoca, 42 anos.

Parte da família Lindoca. (Foto: Marcos Maluf)
Parte da família Lindoca. (Foto: Marcos Maluf)

Francisco era um homem simples, lembra a filha, semianalfabeto e que, aparentemente, não conseguiu compreender a pronúncia do próprio sobrenome. O avô de Malvina e os irmãos carregava no registro o sobrenome Vindoca, no entanto, seu Francisco se registrou como Lindoca. “E foi aí que surgiu a família. Minha mãe casou e ganhou o sobrenome do meu pai, em seguida, os sete filhos se tornaram Lindoca”.

Malvina diz que sempre gostou do nome, mas ninguém passa ileso aos comentários. “As pessoas falam, perguntam, dão risada e tem gente que até dúvida. Perdi as contas de quantas vezes eu e meus irmãos pegamos as identidades para provar”, conta.

Mesmo assim a dúvida vira motivo de risada e orgulho. “Só prova que nossa família é especial e devemos ter muito orgulho. Apesar de ter sido uma confusão lá no passado, todos nós temos satisfação em falar da nossa identidade”, completa.

Quem nunca teve problema de ser chamado de Lindoca é Weverton, embora tenha escutado muita piadinha com o sobrenome na infância. “As pessoas, principalmente as crianças, falavam muita coisa na escola. Mas eu nunca liguei. Minha mãe sempre chamou meu pai de Lindoca e com os filhos não era diferente”.

Weverton Lindoca e Neuza Lindoca. (Foto: Marcos Maluf)
Weverton Lindoca e Neuza Lindoca. (Foto: Marcos Maluf)

Weverton assume que só teve receio de entrar no quartel e ficar como soldado Lindoca. “Quando eu entrei e começaram a me chamar pelo sobrenome, logo virou piada e bullying. Mas como eu fui acostumado com isso na infância e relevei. Mas acabei ficando como soldado Nunes, sobrenome da minha mãe”, conta.

O empresário Weverton diz que sempre entrou na brincadeira dizendo que tinha orgulho de ser um Lindoca e isso chamou atenção da esposa. “Quando eu casei ela também quis ter o meu sobrenome e agora nós vamos registrar os nossos filhos”, diz.

O sobrenome, segundo ele, também é sinal quando a esposa está nervosa. “Quando ela me chama só de Lindoca ou lindoquinha, eu sei que ela está brava”, brinca.

Hoje, se alguém insistindo na brincadeira ou fica na dúvida, Marinalva rebate soletrando. “Eu me chamo Lindoca. Sim, L-I-N-D-O-CA”.

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