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Comportamento

Da internet para namoro, Glauber é rastafári que Mirian escolheu para ser feliz

Ela foi casada por 23 anos, ele já passou por 6 casamentos, mas um dia a internet os conectou para o desejo de amar longe dos padrões

Thailla Torres | 13/06/2018 06:36
Casal está junto há 11 meses desde que se conheceram pela internet. (Foto: Fernando Antunes)
Casal está junto há 11 meses desde que se conheceram pela internet. (Foto: Fernando Antunes)

O que hoje Glauber e Mirian se tornaram, não se compara ao que já foram um dia. Longe dos padrões de vida e de relacionamentos, o casal é daqueles que sacode a família com as escolhas que fez, mas nada é capaz de balançar o amor que escolheram viver há 11 meses, desde que se conheceram pela internet.

A história deles é mais uma daquelas que muita gente acredita ser improvável. Mirian Sousa da Silva, de 41 anos é artesã campo-grandense, Glauber Alape, de 40, é músico de Recife e deixou o Nordeste para se aventurar no país vivendo da sua arte, mas o amor o trouxe de vez para Campo Grande.

Ela foi casada durante 23 anos e não acreditava encontrar alguém para dividir a vida. Glauber casou e separou seis vezes, também havia decidido viver o que tinha pela frente sozinho. "Até que um dia cheguei em casa e tinha um boa noite diferente no Facebook. Era o Glauber, o rastafári que eu já tinha sonhado em namorar um dia, acredita?", diz Mirian, com sorriso que não deixa negar sua felicidade.

O sorriso de quem resolveu se abrir novamente por amor. (Foto: Fernando Antunes)
O sorriso de quem resolveu se abrir novamente por amor. (Foto: Fernando Antunes)

De uma conversa simples ao desejo de conhecer intensamente um ao outro, longe dos esteriótipos. "Eu vi que ele era um cara diferente daqueles que a gente cresce ouvindo a família dizer que precisamos encontrar na vida, por exemplo, um marido bem arrumado, com bom emprego e bem sucedido para sustentar a família. Glauber não, ele não era assim e parece que foi exatamente isso que me fez ver que ele era especial".

Foram seis meses de conversa até que Mirian tomou coragem de dizer "vem", sem chance de prever o futuro. "Sou uma pessoa movida pelo amor. Minha família não entende muito isso, mas quando eu conheci o Glauber pela internet, eu senti um amor, só depois decidi que tipo de relação teria com ele".

Quando ele desembarcou em Campo Grande, Mirian jogou o medo para o alto. "Começamos a relação naquele dia. O levei para a minha casa e decidimos viver juntos".

Glauber também se diz um homem diferente e define que a relação com Mirian é daquelas rompe com o pré-estabelecido na sociedade."Escolhi viver de uma forma que a sociedade olha de maneira muito preconceituosa, inclusive, porque ela mede o status de uma pessoa pelo o que ela tem e não pelo o que ela é ou sente. E a Mirian ter me respeitado dessa maneira é romper com muitos padrões. Tive seis casamentos e precisei romper com todos eles, também, pela vida que eu escolhi seguir".

De mãos dadas o casal abrir um centro cultural no bairro Santa Luzia que abriga música e artistas de rua que chegam na cidade parar mostrar sua arte. É só chegar na rua do dois que a vizinhança aponta. "A casa do hippies? É ali na esquina ó".

Em Glauber, o sentimento de que valeu dar mais um chance para amar. (Foto: Fernando Antunes)
Em Glauber, o sentimento de que valeu dar mais um chance para amar. (Foto: Fernando Antunes)

O casal pouco se importa com o que dizem sobre o comportamento. "Somos duas pessoas movidas pelo amor", diz Mirian. Glauber acrescenta, "Hoje eu me cerco de pessoas que tem a mesma luta que a minha, foi nesse caminho que me encontrei e tive o prazer de encontrar Mirian".

Glauber vivia em Recife (PE), formou-se em Música e é mestre pela Universidade Federal de Pernambuco. Após anos tocando em bandas pelo país, um abriu mão de tudo para ensinar música à crianças da periferia. Assim como Glauber, Mirian também rompeu com os padrões para fugir do sofrimento. "Casei muito cedo, aos 13 anos, praticamente fui criada pelo homem que era o marido e depois de 23 anos eu quis ser feliz de outra maneira", conta. Hojeela vive da música ao lado do namorado e prova ser uma artesã de mão cheia.

Juntos, assumem a missão de transformar pessoas da mesma realidade através da arte. "Eu gosto de ensinar e mostrar que é possível fazer a diferença com o que a gente tem. Eu não preciso de muito para ser feliz", diz Glauber.

Ao lado de quem entende, o primeiro Dia dos Namorados juntos não poderia ter sido mais especial. "Hoje tenho uma grande companheira, é um lance muito mais espiritual do que físico. Quando escuto a história dela, vejo uma sofredora igual a mim, mas que aprendeu a lutar na vida e a entender que lutar pelo outro também é importante", completa.

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Casal brinca ser Fiona e Shrek da vida real. (Foto: Fernando Antunes)
Casal brinca ser Fiona e Shrek da vida real. (Foto: Fernando Antunes)
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