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Comportamento

Depois de 15 anos, mulher procura amiga para devolver elefante deixado pela avó

A 282 quilômetros de onde foi deixado, objeto pode parecer insignificante, mas carrega duas histórias que se cruzaram no passado

Paula Maciulevicius | 04/01/2017 06:05
Elefante de porcelana está em Araçatuba e depois de 15 anos "tutora" procura a dona. (Foto: Arquivo Pessoal)
Elefante de porcelana está em Araçatuba e depois de 15 anos "tutora" procura a dona. (Foto: Arquivo Pessoal)

Um elefante de porcelana procura sua dona. Guardado nos últimos 15 anos, o objeto foi presente da avó à Tânia que sumiu deixando a peça aos cuidados da amiga Mira. Agora, a atual tutora do souvenir usa as redes sociais para localizá-la, com a ideia fixa de devolver a relíquia e reencontrar a amiga.

Ainda jovem, Tânia deixou o elefante sob os cuidados de dona Mira, na fazenda Jatiuca, região de Água Clara. O xodó foi deixado para trás na mudança com a promessa de que seria recuperado por Tânia depois que se estabelecesse na cidade. Mira nunca mais teve notícias e também se mudou da fazenda para Araçatuba, interior de São Paulo, levando consigo o elefante, em 2005.

A 282 quilômetros de onde foi deixado para ser cuidado, o objeto pode parecer insignificante, mas carrega consigo duas histórias que se cruzaram no passado, marcaram uma e outra. Mira porque gostava de Tânia e entendeu o pedido como prova de confiança e Tânia porque pode estar à procura do elefante.

Peça foi deixada por jovem que faria mudança e nunca voltou para buscá-lo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Peça foi deixada por jovem que faria mudança e nunca voltou para buscá-lo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Descobrimos a história pelos compartilhamentos nas redes sociais, com o apelo por alguma notícia da verdadeira dona. É Alessandra, uma técnica em Enfermagem que tem sido a ponte para que dona Mira talvez encontre Tânia. Como a senhorinha já não mora mais no Estado, pediu à uma conhecida daqui que espalhasse entre os amigos.

"Este elefante veio parar na minha mão pelo seguinte: a família da Tânia trabalhava numa fazenda em Água Clara, onde eu e meu marido ficamos por 20 anos. Ele administrava e ela morava com os pais, mas vinha todo dia para a minha, que era na sede. A gente se dava muito bem", conta Valdomira da Silva Pereira, de 63 anos, dona Mira.

Quando a família de Tânia se mudou da fazenda, a jovem que na época devia ter seus 20 anos, pediu para que Mira guardasse o elefante.

"Era um presente da avó que ela gostava muito. Eu guardei para eles irem para Água Clara. De repente, soube que eles tinham ido para Campo Grande e ele ficou comigo", narra.

De Tânia, dona Mira só recorda do nome do pai, Zelito. "Eu sinto a necessidade de entregar, é um elefante simples, mas ele não é meu e talvez ela ainda possa pensar neste elefantinho", justifica Mira.

Dona Mira e o objeto. Senhora guarda com carinho o que já virou relíquia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Dona Mira e o objeto. Senhora guarda com carinho o que já virou relíquia. (Foto: Arquivo Pessoal)

Alessandra, a técnica de enfermagem, tem postado nos grupos pelo Facebook a história. Por ter morado durante sua adolescência em Água Clara, conhecia dona Mira do consultório médico onde era recepcionista.

"Ela me mandou a foto e eu postei, porque às vezes tem alguém da família que pode reconhecer", fala Alessandra Faustino Rodrigues Ferreira. Há muitos anos ela também deixou a cidade do interior e veio para a Capital. E só encontrou a senhorinha amiga do passado pelo Facebook em 2016.

"Ela gostaria de devolver, tem um apego à história. Já pensou algo guardado tantos anos assim para entregar para outra pessoa?", se pergunta Alessandra.

Quem tiver notícias de Tânia ou da família, podem procurar Alessandra no Facebook.

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