ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 25º

Comportamento

Doe 1h do seu tempo para uma recém mãe, você não tem noção do quanto vai ajudar

A iniciativa quer reunir mulheres que estejam dispostas a ajudar uma recém mãe, com tempo, para que ela possa realizar simples tarefas que se tornam impossíveis depois do bebê

Paula Maciulevicius | 19/03/2017 07:10
Adriana, a mãe que recebeu a doação de tempo e carinho, resume a ajuda como única e muito importante. (Foto: Arquivo Pessoal)
Adriana, a mãe que recebeu a doação de tempo e carinho, resume a ajuda como única e muito importante. (Foto: Arquivo Pessoal)

Adriana não tinha experiência nenhuma com a maternidade. Mãe de primeira viagem, ainda na enfermaria do hospital ela recebeu a solidariedade vinda de Silvia, que sabe exatamente pelo que ela está passando e ainda vai passar. A colega de cama está grávida de 34 semanas e esteve internada junto de Adriana para controle de pressão. Nos dias em que viu Danilo dar os primeiros choros, viveu o que relata ter sido uma experiência gostosa de ajudar um recém mãe.

"Já tenho dois filhos e é muito gostoso poder ajudar. Sempre tive comigo que quando se doa, ganha-se em dobro", fala a funcionária pública Silvia Santana da Costa, de 38 anos. À espera do terceiro filho, dias depois de Adriana e Danilo receberem alta, é que ela viu que o olhar que teve é justamente uma campanha que circula pelas redes sociais.

A ONG "Temos que falar sobre isso" lançou na internet um formulário para mães se cadastrarem como doadoras ou para receber esta 1h de tempo. A descrição do projeto é clara: o objetivo é doar o seu tempo, de graça para uma mãe e ser solidária.

A iniciativa quer reunir mulheres que estejam dispostas a ajudar uma recém mãe, com tempo, para que ela possa realizar simples tarefas que se tornam impossíveis depois do bebê, como um banho demorado, um prato de comida ainda quente e ainda a ajuda amiga com o próprio bebê.

"Quando nos tornamos mães, esquecemos de nós mesmas em detrimento dos primeiros cuidados com o bebê e isso muitas vezes causa um esgotamento físico e emocional muito grande. Quando recebemos ajuda, podemos descansar um pouco, o que é precioso, ou até mesmo aprender coisas novas com quem se dispõe a estar do nosso lado, sem julgamentos, só ajudando", justifica Silvia.

Adriana, a mãe que recebeu a doação de tempo e carinho, resume a ajuda como única e muito importante. Danilo, seu primeiro filho, veio ao mundo às 19h56 do último dia 16, como resposta ao pedido dela. Durante o tratamento para engravidar, a consultora de vendas descobriu um mioma, fez a cirurgia e soube pela médica que poderia não engravidar. Só que um mês depois, Danilo foi gerado.

"E quando nasceu, eu não sabia nada, nada, nada. E ela ficou me dando apoio moral e ajuda mesmo, falando como é a vida de mãe, me ensinou a trocar, a dar banho nele e quando eu estava sem acompanhante, era ela quem fazia tudo", descreve Adriana do Rosário Marques, de 38 anos.

As duas se tornaram amigas e pretendem estender o contato além do hospital. "Foi muito legal o que ela fez, achei bem bacana e se eu puder fazer isso por outra mãe também", agradece.

Silvia só ressalta que a ajuda tem de vir sem julgamentos. "As pessoas que se dispuserem a fazer isso precisam estar cientes de que a doação deve ser livre de julgamentos e interferências", observa.

No formulário da ONG, basta se cadastrar passando seus dados e seu período de tempo livre.
No formulário da ONG, basta se cadastrar passando seus dados e seu período de tempo livre.

Doula, mãe e já avó, Maria Maia dos Santos é uma das que tem levantado a bandeira da doação de tempo a uma recém mãe. No puerpério, período do parto até a volta do corpo da mulher às condições anteriores à gestação, Maria descreve que existe solidão, mesmo quando há uma rede de apoio em volta da mãe.

"Às vezes mesmo com pessoas ajudando nas coisas materiais, a mulher se sente muito sozinha nas resoluções, nas definições com o bebê. É interessante a proposta para que as mulheres possam fazer companhia uma para a outra", explica. 

A ajuda pode ser bem simples, basta olhar para a mãe. "Sempre que se vai visitar o bebê, se esquece da mãe. Você tem que ir visitar essa mãe, valorizar ela como pessoa, porque o bebê, na verdade, ele precisa dessa mãe íntegra", observa a doula.

Lavar a louça, fazer um almoço ou simplesmente tomar uma xícara de chá pode fazer uma tremenda diferença para quem recebe. No formulário da ONG, basta se cadastrar passando seus dados e seu período de tempo livre e esperar por uma mãe que precise da sua ajuda.

Curta o Lado B no Facebook

Nos siga no Google Notícias