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Comportamento

Duas cozinhas e jardim salvaram o amor de Raivito e Maria após 40 anos

Para um não enjoar do outro eles têm cozinha e jardim separados na casa, e juram que isso dá certo

Thailla Torres | 12/12/2021 07:41
Maria e Raimundo ao lado do jardim, cantinho preferido da esposa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Maria e Raimundo ao lado do jardim, cantinho preferido da esposa. (Foto: Henrique Kawaminami)

Figuras conhecidas na região das Moreninhas, Raimundo Leonardo da Costa e Maria Aparecida são casados há quase 40 anos. Os dois são do time dos mais antigos do bairro e Raimundo foi, segundo ele, o primeiro a abrir um mercado de secos e molhados na região, em 1982.

Mas quem entra no sobradinho verde de esquina, na Rua Barueri, encontra uma história mais engraçada, que contada pelo seu Raimundo vira uma comédia que merece ser acompanhada com o cafezinho da dona Maria.

Ele ama ficar na varanda do segundo andar da casa, já a esposa cansou de subir escada e desistiu de usar a cozinha de cima. Por isso, no mesmo quintal, há duas cozinhas e dois cantinhos externos.

Raimundo conta como iniciou sua história com a Moreninha. (Foto: Henrique Kawaminami)
Raimundo conta como iniciou sua história com a Moreninha. (Foto: Henrique Kawaminami)

Maria nem chega perto da cozinha que fica no piso superior. “Cansei de ficar subindo escada”, avisa. Mas foi o casamento que levou à construção de uma segunda cozinha na casa, narra esposa. “Casamento hoje em dia é assim, você não pode estar grudada todo dia com o marido, senão não dá certo”, conta rindo.

Ela diz que é apaixonada por planta e não dispensa contato com a natureza. Como a varanda no piso superior impossibilitava esse contato ela resolveu ter um jardim no térreo só pra ela. “Eu nem subo mais lá, passo o dia todo aqui. Já estou até planejando fazer um telhado verde”, diz mostrando a edícula que tem nos fundos do sobrado.

Já seu Raimundo, mais conhecido no bairro como Raivito, aos 82 anos tem disposição de sobra para subir as escadas. “Ela fala que está cansada, mas não sei não, acho que ela inventa. Eu subo e não sinto nada”, diz dando risada.

Raimundo subindo a escada para ter acesso a varanda que fica no piso superior da casa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Raimundo subindo a escada para ter acesso a varanda que fica no piso superior da casa. (Foto: Henrique Kawaminami)

Rapidinho ele sobe os 23 degraus da escada e chega no andar de cima da casa. É da varanda que ele cuida o movimento da Barueri. Aos fins de semana assiste o movimento da feira famosa no bairro e observa de tudo. “Aqui também gosto de ler os meus jornais. Todos os dias eu compro”.

Do alto ele aproveita e fica de olho em tudo o que acontece em volta. “Aqui eu passo horas e não me importo”.

Hoje, longe do supermercado, Raivito, que é natural de Várzea Alegre, no Ceará, curte uma vida tranquila, mas adora contar dos tempos de glória como comerciante.

“Fui um dos primeiros a chegar. Eu tinha matriz na Vila Jacy e abri aqui uma filial. Vendi fiado por muitos anos. Houve um tempo que só e outro comerciante tinha carne por aqui. Mas tempos depois houve o progresso e tudo cresceu”, diz orgulhoso.

Além de ter sido um dos primeiros a chegar à região, ele se orgulha que já ter sido presidente da associação dos moradores e ajudado no progresso do bairro. “Muita gente não sabe e outros nem lembram, mas eu ajudei a colocar o gramado nesse campinho de futebol e ajudei a arrumar o terreno para construção da igreja católica. Tenho muito orgulho disso e não apago isso da minha história”, finaliza.

Raimundo observando a rua da varanda de casa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Raimundo observando a rua da varanda de casa. (Foto: Henrique Kawaminami)

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