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Comportamento

Ensaio de Emy e Kaique é celebração de amor que parecia impossível

Luta contra preconceitos é cotidiano e, por isso, Emy defende que ensaio foi mais um ato de coragem

Por Aletheya Alves | 12/03/2024 11:31

“O orgulho do nosso amor vem muito de um lugar de não ser escolhida e escolhido, de ser preterido. Quando a gente vê possibilidade na nossa união, a gente entende o quanto tivemos que quebrar preconceitos que a gente também tinha e trouxemos da sociedade”, resume Emy Matheus Santos. Pensando nesse amor que parecia impossível, a produtora cultural e o mister trans MS, Kaique Andrade, decidiram celebrar a união com um ensaio cheio de carinho.

A escolha para a produção do vídeo e das fotos foi um parque de diversões e, com ajuda de amigos, a ideia tomou forma. “A gente escolheu trazer uma estética dos anos 80 e tentar fazer algo não convencional porque é o que combina com a gente”, aponta Emy.

Hoje, os dois moram juntos em Campo Grande, mas toda a história é composta por etapas a serem comemoradas. E isso começando com a sorte de terem se conhecido no interior de São Paulo.

Kaique e Emy decidiram celebrar união com ensaio fotográfico. (Foto: Bre Aragão)
Kaique e Emy decidiram celebrar união com ensaio fotográfico. (Foto: Bre Aragão)
Parque de diversões foi cenário para as fotografias. (Foto: Bre Aragão)
Parque de diversões foi cenário para as fotografias. (Foto: Bre Aragão)

Emy explica que havia viajado para Barretos em 2022 para passar uma temporada na casa de um primo. “Eu estava desenvolvendo algumas ações e eventos para a comunidade LGBT, vi uma foto dele no Instagram e mandei uma mensagem convidando. A partir do primeiro encontro que tivemos, nunca mais nos desgrudamos”.

A partir desse momento, a relação que foram construindo precisou ser repensada por eles mesmos, como a produtora narra. “A gente teve que construir um amor dissociado do que aprendemos e precisamos construir um amor livre de barreiras. Os traumas que vivemos por conta de sermos que somos também fazem parte disso e é justamente com a nossa união que podemos acreditar cada vez mais no afeto e no cuidado”, diz.

O amor (tradicional) não foi destinado aos nossos corpos, a quem nós somos, às nossas peles, resume Emy sobre as ideias conservadoras.

Por isso, a luta é cotidiana tanto para lidar com a forma com que os dois se construíram quanto com a própria sociedade. É por isso que os dois defendem tanto seu amor ser um ato de coragem.

Na prática, Emy relata que é necessário ter coragem para ficar vulnerável, sentir e deixar ser tomado pelos sentimentos que envolvem o amor. “Todos os espaços em que ocupamos é tomado pelo nosso amor, na arte, na cultura e nos espaços educacionais, sempre estamos juntes fazendo a diferença e sendo apoio e suporte um do outro” (sic).

Outro ponto comentado por ela é que situações de violência também precisam ser enfrentadas no cotidiano e, a dois, lidar com esses momentos difíceis também é diferente.

“Quando existem situações de violência, a gente faz intervenções um pelo outro. A gente lida com troca de pronome, falta de educação, discriminação, então é ele por mim e eu por ele. Às vezes, eu sinto muito mais quando a violência é com ele do que quando é comigo. Parece que vem uma força tão grande de dentro para defender quem eu amo porque a última coisa que quero é ver ele triste ou machucado”, relata Emy.

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