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Comportamento

Gonçalves viu seu nome virar poesia e parar em peça do ator Paulo Betti

Muitos não sabem, mas o ex-jogador de futebol Francisco Gonçalves vive em Campo Grande e ensina crianças

Bárbara Cavalcanti | 04/08/2021 06:55
Ex-jogador Francisco Gonçalves foi lembrando em poesia feita em sua homenagem. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ex-jogador Francisco Gonçalves foi lembrando em poesia feita em sua homenagem. (Foto: Henrique Kawaminami)

De todas as coisas que o ex-jogador de futebol Francisco Gonçalves já viveu, ser homenageado em uma poesia era algo que ele não imaginava. Chamada “Gonçalvez”, a poesia do escritor Airton Bovo compara as habilidades do “Mestre Gonça” no campo à artistas, cientistas e poetas, como Bandeira, Pitágoras e Fernando Pessoa. E entre os fãs, além do escritor, Gonçalves também conta com o ator Paulo Betti.

Francisco contou toda história ao Lado B, no gramado da Praça Poliesportiva Elias Gadia, no Bairro Taveirópolis, em Campo Grande, onde hoje atua como instrutor de futebol para crianças. “É uma alegria e uma satisfação muito grande saber que a vida de um jogador virou poesia. É muito bom ser lembrado”, expressou.

Francisco Gonçalves, hoje aos 80 anos, é conhecido por "Mestre Gonça". (Foto: Henrique Kawaminami)
Francisco Gonçalves, hoje aos 80 anos, é conhecido por "Mestre Gonça". (Foto: Henrique Kawaminami)

Mas solta uma risada admirada com a descrição feita pelo escritor. No poema, o escritor deixa uma citação de Gonçalves, que ele guarda como “segredo e lição”: “Craque não precisa correr em campo”.

“Como ele ficou sabendo que eu disse isso, eu gostaria muito de saber. Realmente, craque não precisa correr não, quem corre é a bola. Só que o rapaz era torcedor, então, como ele conseguiu, é uma boa perguntar”, ri.

Poema escrito por Airton Bovo em homenagem à Gonçalves. (Foto: Arquivo Pessoal)
Poema escrito por Airton Bovo em homenagem à Gonçalves. (Foto: Arquivo Pessoal)

Natural de São Paulo, Francisco veio para Mato Grosso do Sul há mais de 20 anos e, desde então, nunca mais foi embora. Uma de suas sobrinhas é a atriz Cássia Kiss, que, inclusive, foi quem mostrou o poema à família.

O poema aparece na página 43 do livro “Matemática” e, em um áudio, Cássia diz que já tem um exemplar guardado para o tio. “O Paulo Betti foi quem mandou esse poema para a Cássia, pois acredito que ele já sabia que ela é sobrinha do Gonçalves. Foi então que ela encaminhou para o meu pai”, explica uma das filhas de Gonçalves, a professora de 49 anos, Elaine Gonçalves.

Então, a família entrou em contato com o Airton e também com o Paulo. O ator, inclusive, menciona uma partida de futebol em que Gonçalves participou em seu monólogo “Autobiografia Autorizada”. Ambos dizem que Gonçalves fez parte da infância deles no interior paulista.

Foto da época em que Gonçalves jogou ao lado de Pelé, na década de 70. (Foto: Henrique Kawaminami)
Foto da época em que Gonçalves jogou ao lado de Pelé, na década de 70. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Eu era muito garoto quando assisti aquela partida e meu pai, que amava futebol, falava do seu avô apontando para mim o craque”, disse Airton, em uma mensagem particular para Elaine.

E Paulo Betti também se disse emocionado com o poema. “Quase caí de costas quando li a poesia sobre o Gonçalves! Eu tenho a imagem dele jogando na Rua dos Morros gravada na retina! A vida é bela!”, expressou o ator, também por meio de troca de mensagens para Elaine.

Francisco iniciou a carreira de jogador nas categorias de base do São Paulo, em 1955, mas já não joga desde 1978. Foi contemporâneo de Pelé, com quem jogou junto na seleção brasileira do Exército, em 1959.

E também já foi seu adversário, primeiro na década de 1960, quando defendia equipes de São Paulo, como o Corinthians, Nacional, São Bento e Juventus. Depois, pelo Comercial de Campo Grande, em um confronto memorável diante do Santos pelo Campeonato Brasileiro de 1973, que terminou com vitória comercialina por 1 a 0.

Hoje, Gonçalves apenas passa seu conhecimento adiante aos mais jovens. E agora, com essa homenagem, diz querer encontrar Airton e Paulo pessoalmente. “Minha filha e sobrinha conversaram com eles. Mas quem sabe um dia eles não vêm aqui em Campo Grande e aí a gente se encontra pessoalmente”, expressa.

Gonçalves no gramado do Elias Gadia, no bairro Taveirópolis. (Foto: Henrique Kawaminami)
Gonçalves no gramado do Elias Gadia, no bairro Taveirópolis. (Foto: Henrique Kawaminami)

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