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Comportamento

Günther trocou carreira na engenharia por projeto que recolhe lixo pela cidade

Jovem faz coleta de lixo orgânico, de bicicleta, e depois devolve aos clientes 1 quilo de adubo ou mudinhas de plantas

Eduardo Fregatto | 05/08/2017 07:25
Assim que pega o lixo deixado pelos clientes, Günther já faz a medição do peso. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Assim que pega o lixo deixado pelos clientes, Günther já faz a medição do peso. (Foto: João Paulo Gonçalves)

Desde pequeno, o engenheiro Günther Medeiros Frantz foi ensinado a valorizar o meio ambiente. Ele lembra como o pai fazia questão de catar qualquer lixo que encontrasse fora do lugar, para jogar nos locais adequados. Formado em Engenharia Civil, aos 26 anos, o jovem queria achar uma ocupação que fizesse alguma diferença para a sociedade e para o planeta.

Mas, na sua área, diz que é difícil desenvolver projetos de sustentabilidade, ainda mais na crise que o País enfrenta. A solução foi começar um negócio próprio, inovador para Campo Grande, que transforma resíduo orgânico em adubo e vida.

Günther realizando a compostagem, no terreno do tio. (Foto: Acervo Pessoal)
Günther realizando a compostagem, no terreno do tio. (Foto: Acervo Pessoal)

Günther criou, em abril do ano passado, o Eco Balde - Compostagem Urbana. Ele sai de bibicleta pela cidade, munido de baldes e saquinhos biodegradáveis. Passa pelas casas e comércios dos seus mais de 30 clientes, coleta os resíduos orgânicos deixados por eles, transporta para uma composteira, em um terreno emprestado pelo tio, e transforma o lixo em adubo.

Ao final do mês, com sua bike, ele devolve para os clientes 1 quilo de adubo gerado pela compostagem ou uma mudinha de tempero ou hortaliça, dos mais diversos tipos e espécies.

O custo do serviço é R$ 40,00 por mês. Por enquanto, Günther atende a região do Prosa. Como faz o trajeto todo de bicicleta e sozinho, ainda não passou a atender localidades mais distantes. "Eu preciso ter demanda em outros lugares, para poder traçar essas novas rotas", diz. Por isso, toda pessoa interessada, de qualquer região, pode entrar em contato com o serviço, para que se crie essa demanda em outros localidades. Além disso, há a opção de levar os resíduos em um ponto fixo, na Rua Barão de Melgaço.

O engenheiro já consegue viver apenas da renda gerada pelo serviço. (Foto: João Paulo Gonçalves)
O engenheiro já consegue viver apenas da renda gerada pelo serviço. (Foto: João Paulo Gonçalves)
O saquinho biodegradável e o balde, utilizados na coleta e entrega do adubo. (Foto: João Paulo Gonçalves)
O saquinho biodegradável e o balde, utilizados na coleta e entrega do adubo. (Foto: João Paulo Gonçalves)

O engenheiro relata que, no começo, muita gente duvidou que sua ideia daria certo. "Aqui em Campo Grande ainda existe uma cabeça bem fechada para essa parte ambiental", avalia. Mas, para ele, trabalhar só tem significado quando envolve algum objetivo além do lucro. Por isso, correu atrás do sonho, apesar das incertezas e críticas. "Tem que ter uma missão, tem que fazer alguma diferença, pra eu me sentir realizado", opina.

Ele chama atenção por onde passa. Quando sai com sua bicicleta para fazer a coleta, muita gente tem curiosidade e pergunta como funciona o serviço. Aos poucos, o negócio foi se expandindo, e hoje o Eco Balde é a única renda de Günther.

Devolutiva - Ao final de cada mês, os clientes recebem um cartão informando quantos quilos de lixo orgânico, vindos de suas casas, foram compostados e, por meio da ação, o quanto de CO₂ (dióxido de carbono) não foi emitido para a atmosfera.

O jovem faz todo o processo de coleta e entrega de bicicleta, mais uma forma de evitar poluição. (Foto: João Paulo Gonçalves)
O jovem faz todo o processo de coleta e entrega de bicicleta, mais uma forma de evitar poluição. (Foto: João Paulo Gonçalves)

Günther explica que o lixo orgânico (que consiste, entre outros, em restos e cascas de frutas, cascas de ovos, papeis sem tinta e guardanapos) geralmente vai para o lixão. Lá, produz metano, um dos principais gases do efeito estufa, contribuindo assim para o aquecimento global. O resíduo jogado no lixão também pode poluir o solo e, consequentemente, o lençol freático.

Ao longo desse um ano e três meses de trabalho, o engenheiro se orgulha de já ter feito compostagem de 6,5 toneladas de resíduos orgânicos, o que representa 5 toneladas de CO₂ não emitidos na atmosfera.

Com o sucesso do projeto, Günther pretende continuar expandido seu Eco Balde, mas também sonha, no futuro, em montar um negócio de engenharia sustentável na cidade, que trabalhe com construções sustentáveis, conforto térmico, paredes verde, energia solar, entre outras maneiras de construir e trazer progresso, mas sempre em harmonia com o meio ambiente.

A página do Eco Balde pode ser acessada clicando aqui. O contato do serviço é o 99292-9048.

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Placa na bike de Gunther pede respeito no trânsito, algo difícil para os ciclistas na Capital. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Placa na bike de Gunther pede respeito no trânsito, algo difícil para os ciclistas na Capital. (Foto: João Paulo Gonçalves)
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