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Comportamento

Hoje na Bélgica, irmãos adotados buscam história que ficou no bairro Aero Rancho

Thailla Torres | 08/09/2016 06:20
Deivid e Danilo não perdem as esperanças de encontrar a mãe nascida em Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Deivid e Danilo não perdem as esperanças de encontrar a mãe nascida em Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)

Há 17 anos, os irmãos Deivid e Danilo Houben saíram de Campo Grande direto para a Holanda. A história dos dois recomeçou bem longe daqui, depois de serem adotados por um casal de holandeses. Hoje, com 23 e 21 anos, eles procuram aquelas respostas comuns em casos de adoção. Querem saber de onde vieram e, principalmente, conhecer a mãe biológica.

Os irmãos foram adotados em junho de 1999. Os pais adotivos permaneceram durante 9 semanas no Brasil e depois partiram com as crianças, que nunca mais voltaram.

Deivid tinha 4 anos e Danilo, 2, quando o processo de adoção foi consumado em Campo Grande. A história ao certo, ninguém tem detalhes. Mas há muitas informações sobre o passado que podem facilitar o reencontro.

Eles sabem que a mãe biológica se chama Cristiane do Prado Francisquini e tinha apenas 13 anos quando engravidou do primeiro filho. Vivendo no Aero Rancho, de família pobre e sem dinheiro para sustentar os filhos, ela acabou entregando eles a um abrigo.

Irmãos ainda pequenos, ao lado da mãe adotiva. (Foto: Arquivo Pessoal)
Irmãos ainda pequenos, ao lado da mãe adotiva. (Foto: Arquivo Pessoal)

Essa procura fica ainda mais interessante porque envolve pessoas que já passaram pela mesma situação e hoje tentam ajudar.

Liza da Silva, de 31 anos, também foi adotada e casou com um homem que enfrentou a mesma busca. Assim, ela criou uma ONG na Holanda que ajuda na busca de pais biológicos no Brasil. O trabalho voluntário é feito há 4 anos, desde que resolveu ajudar o marido. O caso familiar acabou virando um objetivo de vida que Liza leva com rigor, na busca por reencontros.

“Eu sei da importância que isso significa na vida de uma pessoa. É busca de resposta e o direito de saber onde estão as suas origens. Meu marido é brasileiro e encontramos o pai dele no Paraná. Desde lá, eu venho fazendo essa intermediação entre Holanda e Brasil com filhos adotivos”, explica Liza que nasceu na Iugoslávia e foi adotada quando ainda era pequena por uma família no mesmo país.

No caso de Deivid e Danilo, ela trabalha há um ano. A última notícia que teve era de que a mãe foi vista pela última vez em 2009, quando esteve internada no Hospital Universitário com diagnóstico de infecção urinária. Depois disso, ninguém da família teve notícias de Cristiane. As informações foram repassada por um tio dos meninos, que Liza conseguiu localizar pela internet.

Mesmo assim, ninguém perdeu a esperança. Estão se movimentando nas redes sociais e já se preparam para vir a Campo Grande em 2017 a procura da família.

“No fundo, pessoas adotadas sempre querem procurar sua família. Mesmo sem saber o que vão encontrar. Porque família é um sonho e quando encontramos é a coisa mais linda do mundo”, comenta Liza.

Nem os irmãos, nem os pais adotivos falam português e contam com ajuda Liza para traduzir tudo.

Nas redes sociais, um vídeo vem sendo compartilhado na esperança de que alguém tenha notícias de Cristiane. Qualquer pista pode ser repassada pelo Facebook ou whatssapp: +31 3804 3003. 

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