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Comportamento

Lembrança de um acidente a 5 metros de altura virou tatuagem de namorados

Aline Araújo | 01/09/2014 06:23
(Foto: Marcelo Victor)
(Foto: Marcelo Victor)

Eles caíram de uma altura de cinco metros, mas por sorte, destino ou força divina, bastaram uns pontinhos no pronto socorro e estava tudo certo. Faz menos de um mês que o pior acidente da carreira dos artistas circenses Junior Oliveira, de 26 anos, e Nicoli Felix Rodrigues, 21, ocorreu em uma apresentação na Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro. Um susto e tanto que mereceu marcar o momento na pele.

Namoradors, os dois tatuaram o mesmo desenho, o “quadrante”, número de circo que provocou o acidente. Ela fez o registro no braço e ele no ombro, mas desta vez a imagem tem os dois suspensos por balões. “Na próxima vez que a gente cair, os balões nos seguram”, brinca Junior, explicando o quanto a tatuagem simboliza para o casal de namorados.

Será uma marca não só de um dia ruim, mas de uma época de conquista para o campo-grandense comemorar ao lado da namorada  Júnior foi o único sul-mato-grossense selecionado no projeto Itaú Cultural, e no dia 9 de setembro ele e Nicoli, que é de Londrina, vão para a Bélgica estudar números aéreos com o russo Yuri Sakaloz, considerado um dos melhores professores do mundo nessa área.

(Foto: Marcelo Victor)
(Foto: Marcelo Victor)

O curso terá a duração de um mês, mas eles estão economizando para ficar mais 30 dias estudando na Europa. “Nessa época tem alguns festivais na França e na Holanda e a gente vai aproveitar a oportunidade para pesquisar e estudar uma pouco mais, além de passear é claro”, conta o artista.

A paixão pelas artes não vem de hoje, ele trabalhava com teatro por aqui, fez apresentações com o grupo Circo do Mato. Em 2005, resolveu montar uma empresa com mais dois amigos, para shows com malabares e pirofagia em festas, até que em 2007 foram participar de um festival em Londrina. Junior se apaixonou pela escola de circo e não voltou mais.

Abandonou o curso de Letras que fazia na UFMS e foi se dedicar ao circo. Lá conheceu Nicoli e a parceria dentro e fora do picadeiro já dura três anos. Hoje os dois dividem os números que criaram juntos, os planos e a ansiedade de estudar com um dos melhores profissionais do mundo.

“Nós tivemos aula no Rio de Janeiro com uma professora francesa que foi aluna dele, e ela é excelente. Mas já nos avisou que ele costuma ser bem frio com os alunos. A gente vai aquecer o coração dele com o jeitinho brasileiro” comenta Nicoli, com muito bom humor, e explica que eles já estão se preparando para o choque cultural.

(Arquivo Pessoal)
(Arquivo Pessoal)
(Foto: Marcelo Victor)
(Foto: Marcelo Victor)

O circo já  os levou a conhecer vários lugares do mundo. Ele já rodou a América do Sul e ela já foi até a Austrália e Itália para se apresentar. Mas os dois nutrem o sonho de quando voltarem para o Brasil passarem uma temporada por Campo Grande. “A gente tem o sonho de montar nosso espetáculo aqui, nós ainda somos carentes de apresentações circenses e o público de Campo Grande merece. Nós nos escrevemos em quatro editais para conseguir o financiamento necessário para montar uma estrutura para os treinos e apresentações”, explica

Ele reforça que antes de saberem que tinha conquistado a bolsa na Bélgica já estava de malas prontas para Campo Grande, mas assim que os dois chegaram, enfrentaram dificuldades em encontrar um lugar para treinar. “Depois que eu sai daqui foi que eu percebi, o quanto o circo é tratado diferente em outros lugares e o quanto é necessário fortalecer a arte circense por ai,” ressalta.

Eles se apresentaram na Capital apenas uma vez, no dia 27 de março, dia do Circo, na Orla Morena. “Foi lindo poder apresentar o número que eu estudo na minha cidade, não foi fácil conseguir a estrutura para montar o número aéreo, mas a apresentação deu certo”, comenta.

(Foto: Marcelo Victor)
(Foto: Marcelo Victor)
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