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Comportamento

Na semana da imigração japonesa, presente é ver a primeira flor de cerejeira

Thailla Torres | 20/06/2018 09:11
Florada ainda é discreta, mas suficiente para mudar a rotina de quem tanto admira a cerejeira. (Foto: Marina Pacheco)
Florada ainda é discreta, mas suficiente para mudar a rotina de quem tanto admira a cerejeira. (Foto: Marina Pacheco)

O início da florada das cerejeiras marca também os 110 anos da imigração japonesa no Brasil. Quando os primeiros botões cor de rosa aparecem, de junho a julho, a felicidade pela beleza e o espetáculo de curta duração chegam junto com a renovação do amor, segundo a cultura japonesa.

Sakura é o nome japonês para a flor da cerejeira, a mais celebrada no Japão. Em Campo Grande elas são poucas e ainda não floriu completamente. Mas as primeiras flores já são um convite para deixar a rotina de lado, pelo menos, na casa do seu Claudino Masahiro Kahakura, de 60 anos, que tímido foge dos cliques, mas não nega o encanto.

No pesqueiro onde vive, a 10 quilômetros do Centro, tem quatro árvores do tipo e o florir delicado é acompanhado com admiração pelo dono. "Ainda tem pouquinho, mas daqui uma semana vai estar cheio, é um presente divino", comenta.

Claudino comemora os primeiros botões. (Foto: Marina Pacheco)
Claudino comemora os primeiros botões. (Foto: Marina Pacheco)
O florir é delicado. (Foto: Marina Pacheco)
O florir é delicado. (Foto: Marina Pacheco)

As cerejeiras do pesqueiro, que também é o quintal de casa, foram trazidas do Japão, há 30 anos, pelo pai de Claudino. "Trouxe a muda dentro do avião de presente para a família", lembra. O filho fez questão de manter o cultivo e fazer mudas da planta que muita gente pede. "Quando ela floresce, todos querem uma muda, mas não é fácil. Apesar de ser simples cuidar de uma cerejeira, a muda é difícil", afirma.

Com garrafa plástica e terra, Claudino vai tentando fazer mudas da árvore para presentear os amigos. Mas quando isso não acontece, o jeito é resolver a vontade de contemplar as flores com um simples aviso. "As pessoas deixam telefone e pedem que eu ligue para avisar quando está florido. Aí todo mundo vem tirar foto e aproveita".

Ver as flores de cerejeira para o funcionário público Acelino Sinjo Nakasato, de 68 anos, é um presente, mas ter uma árvore em casa, um privilégio. Na residência onde vive, dentro de um condomínio, ele não cansa de visitar a cerejeira, que completa três anos no jardim. Por enquanto as folhas estão cainda, mas a florada só chega daqui, aproximadamente, dois anos. "São pelo menos cinco anos para dar a primeira florada. A gente espera ansioso", diz.

Acelino pretende doar mudas aos amigos. (Foto: Marina Pacheco)
Acelino pretende doar mudas aos amigos. (Foto: Marina Pacheco)

Acelino conta que a cerejeira foi um presente de um grande amigo. "Edson Makimori quem me deu, sempre mandava foto para ele ver como estava o pé, bonito e bem cuidado".

Apesar do tempo de espera, saber que será possível apreciar a beleza das árvores tornou-se alento. "O importante é cuidar, tem que molhar todos os dias e dar carinho. As plantas também sentem", sugere.

Em casa, Acelino tem outras quatro mudas de cerejeira, trazidas do Rio de Janeiro. "Vou presentear algumas pessoas, na verdade eu tinha trazido mais, porém não sobreviveram. Essas outras logo mais vão estar plantadas na casa de alguém".

A florada de cerejeira também muda o cenário do Clube Nipo Brasileira que tem pelo menos quatro árvores da espécie no clube de campo. Em 2008, quando foi comemorado o centenário da imigração japonesa no Brasil, o clube recebeu de presente uma muda que floriu pela última vez, em julho, de 2016.

Na cidade, o clube prevê organizar um evento e programar uma data para festejar a florada da cerejeira nos próximos anos, semelhante ao evento que acontece em São Paulo, com intuito de apreciar e resgatar a tradição japonesa.

Também tem uma cerejeira em casa? Manda pra gente quando começar sua florada. O e-mail é: ladob@news.com.br

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Florada no clube de campo de Campo Grande.
Florada no clube de campo de Campo Grande.
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