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Comportamento

Para castrar e evitar abandono de pets, Juliana coleta milhares de tampinhas

Ela trouxe para Campo Grande o projeto “MS Tampinhas” que trabalha na causa animal e tem mais de 20 pontos de coleta

Alana Portela | 11/07/2019 06:35
Juliana e o filho Pietro cuidam das tampinhas (Foto: Alana Portela)
Juliana e o filho Pietro cuidam das tampinhas (Foto: Alana Portela)

Para evitar que os animais sejam abandonados, sofram maus-tratos e passem fome nas ruas de Campo Grande, a empresária Juliana Salvador criou o projeto “MS Tampinhas”. O objetivo é recolher tampinhas de plástico, metal e alumínio, para vender e usar o dinheiro na castração dos pets. E a galera do comércio resolveu colaborar. Hoje são mais de 20 pontos de coletas em várias regiões da cidade.

“A castração é a solução para os animais de rua. Não existe lar para todos que nascem. Um casal de cachorro, em dez anos, gera 80 mil filhotes. A maioria é atropelada, uns adotados e outros morrem. Quer salvar vidas? Castre”, destaca.

Juliana é empresária, tem 31 anos, e costuma trabalhar o dia inteiro nas duas conveniências que administra em Campo Grande. Entretanto, mesmo assim, teve a iniciativa de começar o “MS Tampinhas”, inspirado em um projeto de outra capital. “Começou em Florianópolis com o ‘Eco Pet Tampas’ e é sucesso por lá. Eles conseguem castrar de 160 a 180 animais”.

Ela começou em agosto de 2018, mas a proposta foi criando corpo em março deste ano." Ainda não castrei nenhum animal, porém já estou com dinheiro para o primeiro procedimento. Estou vendo em uma clínica particular por R$ 200,00 mais R$ 50,00 do hemograma simples, para ver se o animal está bem antes da cirurgia”.

O objetivo é ajudar na castração dos animais de famílias carentes e de ONGs (Organização Não Governamental). “Não vão gastar nada”, completa.

A dedicação com os animais começou quando Juliana trabalhava na ONG Mapan (Movimento de Apoio aos Protetores dos Animais e da Natureza) que existe há 14 anos em Campo Grande. “Eles têm 120 animais, mais da metade é de resgate, alguns nasceram por lá”.

A empresária comenta ainda sobre uma situação corriqueira, que interfere na adoção dos pets. “Esse mundo animal é muito imaturo. A maioria dos animais que têm tutores são de raça e existe muito preconceito com os vira-latas. A adoção desses cachorros é difícil”.

As tampinhas de metal são armazenadas em uma bolsa, enquanto as outras na garrafa (Foto: Alana Portela)
As tampinhas de metal são armazenadas em uma bolsa, enquanto as outras na garrafa (Foto: Alana Portela)
Juliana catando as tampinhas de metal esparramadas pelo chão (Foto: Alana Portela)
Juliana catando as tampinhas de metal esparramadas pelo chão (Foto: Alana Portela)
Tampinhas de metal esparramadas no chão (Foto: Alana Portela)
Tampinhas de metal esparramadas no chão (Foto: Alana Portela)

Tampinhas - A empresária explicou como funciona as coletas. Podem ser doadas as tampas de plástico. “Os plásticos são vendidos por R$ 0,30 o quilo. Se olhar para a tampinha, vai ver um triângulo dentro que é de reciclagem e tem os números também, eu recolho o 2 e o 5”, disse.

As tampas com o número 2 são de iogurte, suco, leite, produtos de limpeza, potes para sorvetes e frasco para shampoo. A numeração 5 está nos potes de margarinas, sorvetes, tampas e shampoos.

Tampinhas de plástico e metal (Foto: Alana Portela)
Tampinhas de plástico e metal (Foto: Alana Portela)

As tampinhas de metal também são bem-vindas. “O metal é aquela tampinha da cerveja, de molho de tomate e vale R$ 0,10 o quilo”, disse. Já o alumínio é um pouco mais caro na hora de vender, R$ 3,50. “São tampas de latinha de cerveja, desodorante aerosol que também pode ser doado. Muita gente me pergunta porque não pego latinhas de alumínio, mas não faço isso por conta da sujeira”.

Juliana relatou ainda que não tem dia certo para vender as tampinhas, por isso, sempre que recebe uma grande quantidade já tenta vender e guarda o valor. 

Até as cachorras de Juliana se aproximam na hora de arrumar as tampas (Foto: Alana Portela)
Até as cachorras de Juliana se aproximam na hora de arrumar as tampas (Foto: Alana Portela)
Lacre preso em tampinha de metal, por isso é preciso fazer a separação correta (Foto: Alana Portela)
Lacre preso em tampinha de metal, por isso é preciso fazer a separação correta (Foto: Alana Portela)

Voluntários - A proposta de Juliana tem chamado atenção e ela já montou um grupo no WhatsApp com 11 voluntárias que se disponibilizam a realizar os cadastros dos pontos de coleta, fazer as recolha e ainda ajudam a mexer nas redes sociais. “As meninas coletam e ajudam a achar parceiros. Boa parte dos pontos conseguimos através da nossa conta do Instagram”.

A conta tem mais de 2 mil seguidores. As publicações dão dicas de separação e atualizam os locais para doar. Na rede social, ela também faz a prestação de contas do valor que conseguiu juntar no mês. Somente em junho recebeu R$ 28,80 com o plástico, R$ 70,80 com metal.

Juliana acredita que o projeto tem tudo para dar certo. “Quem não gosta de bicho vai ajudar para tirá-los da rua e quem gosta também, para não vê-los nesta situação”.

Ela tem duas cachorrinhas. A Paçoca, uma poodle, e a Cocada, que não tem raça, são os xodós da casa. “São tratadas como filhas, mas muita gente não entende. São vidas que eu assumi para cuidar e dou a melhor ração que posso, vacinas em dia. Independentemente do tempo que fico longe, elas estão aqui para fazer a festa”.

Todas as tampinhas que recebe, são armazenadas em um saco ou garrafa. A empresária também conta com a mãozinha do filho de 3 anos, Pietro, que se diverte no meio das tampas e ajuda a mamãe a organizar a bagunça.

(Foto: Alana Portela)
(Foto: Alana Portela)
Confira os pontos de coletas de tampinhas (Foto: Divulgação/ MS Tampinhas)
Confira os pontos de coletas de tampinhas (Foto: Divulgação/ MS Tampinhas)

Atenção - Os interessados em ajudar o projeto precisam fazer a separação das tampinhas em casa antes de repassar o material. Desta forma, dá agilidade aos trabalhos. Vale lembrar que os frascos de desodorantes aerosol também são recebidos.

São mais de 20 pontos de coleta em vários bairros da Capital, 1 no Arnaldo de Figueiredo, 6 no centro, 2 no Jardim dos Estados, 1 no Jacy, 1 no Monte Castelo, 1 no Novos Estados, 3 no Rita Vieira, 1 no Santa Fé, 1 no São Jorge da Lagoa, 1 no São Lourenço, 1 no Universitário e outro no Vilas Boas. Confira os endereços na imagem ao lado.

Juliana ainda gostaria de dar palestras em escolas para ensinar às crianças a importância da reciclagem, separação dos materiais e preservação do meio ambiente.

Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas através do Instagram MS Tampinhas

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Pietro separando as tampinhas de alumínio na garrafa (Foto: Alana Portela)
Pietro separando as tampinhas de alumínio na garrafa (Foto: Alana Portela)
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