Para realizar sonho da filha, mãe costurou vestido de noiva em menos de um mês
Quando Gabriela fez a primeira prova do vestido de noiva, dona Sônia achou que o coração iria parar. Ver a única filha usar o modelo costurado por ela foi de longe a maior emoção que teve na vida. “Nunca senti tanta alegria, chegou a apertar o peito, parecia que ia explodir para fora”, relembra.
Costureira de mão cheia há mais de 20 anos, ela não esperava dar forma ao sonho da filha. As duas até foram a lojas de aluguel, mas não encontraram nada que se encaixasse no que Gabriela queria. Depois de idas e vindas, a noiva insistiu que Sônia conseguiria melhor que ninguém expressar o seu desejo. O resultado foi um vestido simples, encantador e um registro desse amor para o resto da vida.
“Costurei ele em três semanas. Você ver a única filha vestida de noiva e que você fez é uma emoção indescritível. Eu fiquei muito nervosa, tentei segurar ao máximo. Quando a vi pronta, no dia, o coração ficou ainda mais cheio, parecia que iria explodir de novo”, conta, toda orgulhosa Sônia Maria Souza, 43 anos.
Gabriela nem tem como agradecer cada bordado feito com carinho no tecido branco. “Minha mãe não fez só o vestido de noiva, ela sonhou comigo a cerimônia. Meu casamento foi organizado em 70 dias, fomos juntas até Ponta Porã comprar o tecido, eu tinha visto um modelo na internet e com isso ela ajudou a chegar ao ideal, adaptando tudo”, explica Gabriela Graça Souza Ferreira Bonkoski, 24 anos.
Filha única e grudada na mãe, a noiva não segurou as lágrimas quando se viu pronta em frente ao espelho.
“É muita emoção, um privilégio ter o vestido de noiva feito pela mãe, eu não conheço ninguém. Me sinto honrada, ela sonhou junto comigo. A hora que ela foi me ajudar a vestir, as duas prontas, já começamos a chorar. Ela é a pessoa que mais sabe tudo que eu passei para chegar até esse dia, das dificuldades, da correria para conseguir realizar esse sonho”, acredita, ainda emocionada.
O resultado foi o melhor do mundo para a noiva. “Tudo foi perfeito, melhor do que qualquer sonho meu”, completa.
A história de Gabriela e o noivo, Dirceu Bonkoski Júnior, 26 anos, começou há três anos em Dourados. Do carinho, nasceu Heitor, de apenas um ano e seis meses.
“Moramos juntos durante dois anos e nunca nos preocupamos com essa história de casamento. Foi passando o tempo, nem tinha essa esperança. Um dia meu marido acordou e questionou o porquê de não sermos casados no civil”, explica.
Da papelada até a cerimônia religiosa em uma chácara de Dourados foi um pulo. Para completar a emoção, a noiva escolheu a companhia perfeita para levar as alianças junto com Heitor até o altar, a vózinha Olinda.
O “transporte” foi em grande estilo, no carro de brinquedo charmoso do avô, falecido há cinco anos. O jeitinho encontrado por Gabriela para que toda a família estivesse reunida de alguma forma.
“Ele levou as alianças junto com a bisavó e no carrinho. Meu avô teve câncer, lutou contra a doença, mas partiu. É algo que deixa todo mundo triste ainda, então, foi emocionante ver o Heitor com o carrinho restaurado e da coleção do bisavô”, acredita Gabriela.
