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Comportamento

Por erro dos pais, muita gente cresceu com 2 idades

Elverson Cardozo | 03/12/2012 07:56
Terezinha tem duas idades: 77 e 74 anos. (Foto: Simão Nogueira)
Terezinha tem duas idades: 77 e 74 anos. (Foto: Simão Nogueira)

Na contramão da maioria das mulheres, Terezinha Carvalho Leite, não se sente constrangida em revelar a idade. O problema é que tem duas: 77 e 74 anos, a “original” e a registrada no cartório.

Nascida na Paraíba, filha de um casal que teve 13 filhos, a senhora, que hoje reside em Campo Grande, só foi registrada aos 19 anos, época em que já era casada e precisava dos documentos para conseguir crédito rural em uma agência bancária da Capital.

O pai, que fez o registro da Paraíba, errou na data e informou que a filha nasceu no dia 15 de outubro de 1935, mas foi em 1938 que Terezinha veio ao mundo. “Ele não lembrou o ano que eu nasci e botou 35, mas esse foi o ano de uma irmã”, conta.

Lá se foram 3 anos a mais na identidade. Problema que a dona de casa soube administrar muito bem, apesar das explicações recorrentes que precisa dar no dia do aniversário.

“Todo dia 15 de outubro eu estou fazendo ano, seja que ano for. O dia e o mês estão certinho”, disse.

Quando precisa informar a idade para cadastros em lojas, por exemplo, ela segue o que diz o RG. “Se eu falo que tenho duas idades o povo vai dizer que sou assaltante de banco”, brincou.

A única vantagem até agora foi o fato de ter se aposentado antecipadamente. No registro, com 55 anos. Pela data “original”, aos 52. “Falaram que eu não tinha cara de ter aquela idade”, lembrou.

Mas na casa, não era só ela com diferença de idade. O marido, Antenor Carvalho, que morreu há 2 anos, teve o mês de nascimento trocado quando ele mesmo foi se registrar, por volta dos 30 anos. “Ele nasceu em maio, mas registraram no dia 31 de agosto”, contou.

Vendedora autônoma, Maria Lidia Alice da Silva também ficou mais velha de repente graças a certidão de nascimento. O “deslize” deu a ela, no papel, dois anos a mais. No cartório tem 46, mas ainda está na 44ª primavera.

O responsável pelo feito, como na história da dona Terezinha, foi o pai, que levou pelo menos 5 filhos para registrar de uma vez só, em 1979.

Na época, Maria tinha 6 anos, mas voltou para casa com 8. Um dos irmãos que estava com 13 saiu com 15. O irmão mais velho e a terceira irmã saíram com a mesma idade. "E eles não são gêmeos", comenta.

Anos mais tarde, questionado, o pai explicou que o acréscimo na idade foi por conta da necessidade. Os filhos homens costumavam trabalhar, desde cedo, para ajudar em casa e não podiam ser menores.

Maria e a irmã, que não trabalhavam, entraram no "bolo". “Ele fez tudo em uma tacada só. Deu no que deu”, finalizou.

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