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Comportamento

Professora sobrevive a acidente do tipo perda total e ganha aniversário extra

Elverson Cardozo | 29/08/2014 07:00
Silvia dias depois do acidente. (Foto: Arquivo Pessoal)
Silvia dias depois do acidente. (Foto: Arquivo Pessoal)
Carro ficou completamente destruído. (Foto: Arquivo Pessoal)
Carro ficou completamente destruído. (Foto: Arquivo Pessoal)

A professora Silvia Waltrick, de 32 anos, é uma daquelas pessoas que têm duas datas de nascimento. No caso dela, são 17 de janeiro de 1982 e 27 de março de 2006.

A primeira, marca o dia em que ela saiu da barriga da mãe e viu o mundo pela primeira vez. A segunda, que ela comemora nas redes sociais é, na verdade, a de “renascimento”. Foi o dia em que ela sofreu um acidente gravíssimo, na BR-267, mas saiu viva para contar a história.

Silvia estava no banco de trás de um carro, na companhia da mãe, que ficou na frente, no lugar do passageiro, e do pai, que assumiu a direção. A viagem seguia tranquila, até que os três foram atingidos por uma carreta. O saldo foi um batida violenta, um veículo totalmente destruído, uma caminhão danificado, três pessoas machucadas, mas vivas.

O que ela aprendeu a partir dali, Silvia conta agora ao Lado B.

Professora e o filho, que veio depois da tragédia. (Foto: SW Fotografia)
Professora e o filho, que veio depois da tragédia. (Foto: SW Fotografia)

Depoimento
ao jornalista Elverson Cardozo
repórter do Lado B

Era noite. Estávamos voltando para casa, em Presidente Epitácio (SP), depois de uma visita ao meu irmão que fazia faculdade em Campo Grande. No caminho, apareceu um caminhão na nossa frente, com faróis apagados e sem identificação nenhuma.

Ao aproximar do posto da polícia de Bataguassu, na BR-267, o motorista deste caminhão diminui a velocidade bruscamente. Para não bater na traseira dele, meu pai, que estava ao volante, jogou o carro para o lado esquerdo. Vinha vindo uma carreta. Fomos colhidos por ela.

Eu estava sentado no banco de trás, sem cinto. “Voei”. Bati a cabeça e cortei a testa acima de sobrancelha até metade da cabeça. Também quebrei o fêmur. Com o impacto, o banco do meu pai quebrou e ele ficou preso às ferragens. Quebrou o fêmur e algumas costelas.

Minha mãe, que estava no banco do passageiro, só ficou com a marca do cinto, mas viu tudo o que aconteceu. Eu não vi nada. Desmaiei. Fomos socorridos e encaminhados para a Santa Casa de Bataguassu. De lá, fomos transferidos para Presidente Epitácio, onde fizemos cirurgias. Fiquei sem andar por um tempo. Usei cadeira de rodas, andador e, por fim, muletas.

Deus nos deu uma nova chance de viver, porque o carro deu PT (perda total). Não sobrou nada. Mas hoje estamos aqui como prova de que Deus existe. A partir desse dia, passamos a comemorar mais uma data de aniversário. As cicatrizes que sobraram são marcas que ficaram.

Por onde passamos, sempre tem alguém que quer saber e, quando sabe, não acredita. Isso nos dá mais força e ânimo para seguir em frente porque tivemos mais uma chance de viver. Todos que acompanharam o que passamos na data comemoram com a gente esse dia.

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