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Comportamento

"É o MSN do passado", diz membro de grupo de bate-papo por rádio amador

Fernando da Mata | 29/01/2012 13:23

Peixe mostrando o rádio que opera no veículo (Foto: Marlon Ganassin)
Peixe mostrando o rádio que opera no veículo (Foto: Marlon Ganassin)

Na era do bate-papo e das redes sociais on-line, há quem se divirta com maneiras ‘antigas’ de se comunicar. Os membros do Grupo Rondon de Comunicação são exemplos disso, pois há 23 anos usam as ondas do rádio para manter laços de amizade e ajudar as pessoas em Campo Grande.

Atualmente, a turma conta com 30 ‘Pxzeiros’ (operadores) no rádio cidadão, que operam principalmente na região norte da cidade. Como gírias e apelidos são o forte do grupo, cada membro será tratado pelo QRA (nome de guerra) durante a reportagem.

J10 (Dorileu Mascarenhas Junior, 41 anos) é representante comercial e contou que, no princípio, era para ser apenas um círculo de amizade. “Pra gente se encontrar, trocar ideias, tipo roda de tereré. Depois, o negócio foi crescendo e nos obrigamos a ter também o lado social”.

Para Peixe (Anderson dos Santos Malaquias, 30 anos), o rádio “é um brinquedo de adulto” e o “MSN do passado”.

“A gente brinca, conta uma piada, se descontrai. Mas também procuramos auxiliar, principalmente o caminhoneiro que está na estrada”, explicou Peixe, garantindo também que a conversa pelo rádio é melhor que a de bate-papo on-line porque “quebra o gelo” entre as pessoas.

O grupo de Pxzeiros é formado por trabalhadores que ficam 24 horas no ar e não está restrito a uma determinada classe social ou grupo. “No rádio, temos de auxiliar de pedreiro a profissional liberal. Muitas vezes, as pessoas não fazem ideia de quem está no rádio”, relatou J10.

O auxílio não fica restrito aos motoristas que estão na estrada. Se algum membro do grupo conhece alguém que está precisando de ajuda, comunica pelo rádio e os outros Pxzeiros se mobilizam.

Começo de conversa - No rádio cidadão, os Pxzeiros não entram em uma conversa com um ‘oi’ ou ‘alô’, por exemplo. Quem quer participar do assunto no rádio deve dizer a palavra-chave ‘oportunidade’.

Além disso, deve se identificar com o QRA e com o indicativo de chamada, registro do operador emitido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que equivale ao número do RG da carteira de identidade.

Se o objetivo é passar uma mensagem para alguém, a senha é ‘QTC’. Para chamado de emergência, ‘breico’. Esses são só alguns exemplos das gírias do mundo do rádio cidadão.

Aparelhos - Os Pxzeiros usam rádios PX portáteis ou tem uma base fixa em determinado local. Os preços dos aparelhos variam entre R$ 100 e R$ 10 mil, dependendo da quantidade de funções.

Grupo Rondon - Quem quiser conhecer um pouco mais do Grupo Rondon, eles operam em AM, no canal 18 e na frequência 27.175.

A primeira orientação que os Pxzeiros fazem para interessados em participar do mundo do rádio cidadão é tirar uma licença na Anatel e pagar anualidade, pois é ilegal operar sem documentação devida.

Mas enquanto a licença não sai para o novato, ele fica como unidade de apoio aprendendo a falar no rádio, principalmente as gírias.

Rádio do Cidadão - Conforme a Anatel, o Rádio do Cidadão, também conhecido como PX, é o serviço de radiocomunicações de uso compartilhado para comunicados entre estações fixas e/ou móveis, realizados por pessoas físicas, utilizando freqüências entre 26,96 MHz e 27,86 MHz.

Esse serviço tem como objetivo proporcionar comunicações em radiotelefonia, em linguagem clara, de interesse geral ou particular; atender a situações de emergência, como catástrofes, incêndios, inundações; epidemias, perturbações da ordem, acidentes e outras situações de perigo para a vida, a saúde ou a propriedade; e transmitir sinais de telecomando para dispositivos elétricos.

Para saber mais informações sobre Rádio do Cidadão, é só acessar o site da Anatel ()

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