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Comportamento

Mato Grosso do Sul é um dos campeões em malucos por trabalho

Ângela Kempfer | 16/01/2012 18:29
Croacy montou o escritório ao lado de casa e só o que faz é trabalhar. (Foto: Simão Nogueira).
Croacy montou o escritório ao lado de casa e só o que faz é trabalhar. (Foto: Simão Nogueira).

"Workaholics", malucos por trabalho, gente que vive entre telefonemas e papelada. Esse tipo de pessoa é cada vez mais comum por aqui e faz de Mato Grosso do Sul o terceiro no Brasil em quantidade de horas dedicadas pelo trabalhador ao serviço.

Croacy Borba de Farias ganhou o título de "workaholic” quando resolveu montar o escritório ao lado de casa, no bairro Coronel Antonino. Aos 56 anos, o representante comercial fica 24 horas a disposição dos clientes.

“Tento ter uma hora e meia de almoço, mas se alguém liga, não dá para não atender. É raro quando isso não acontece”, justifica.

O filho mais velho, Vitor, de 11 anos, é o que mais reclama. “Quer brincar, quer atenção, mas tem horas que não dá”, diz o pai.

A tecnologia criada para facilitar as coisas é aliada, mas também reduz ainda mais o tempo de folga. “Não tem hora para receber e-mail, né? Tenho de olhar sempre e encaminhar as propostas às empresas e aos clientes. Eu não paro”, comenta Croacy.

Outra dificuldade é a diferença nos horários comerciais em relação a estados como São Paulo. “Eles trabalham justo na hora do meu almoço, porque lá é uma hora a mais”, lembra.

Ele acorda todos os dias às 6h e quarenta minutos depois já está no escritório. Por dia, são cerca de 20 clientes ligando ou recebendo propostas do representante comercial que atua no setor de material elétrico. “Gosto do que faço. Não tem outro jeito, outra forma de trabalhar menos”, argumenta.

Levantamento feito pela Agência Estado, com base em dados do IBGE de 2010, acabou com a fama de São Paulo no quesito dedicação ao trabalho.

Os"workaholics" do País estão na região Centro-Oeste. O primeiro lugar é de Goiás, onde 32,6% das pessoas trabalham mais de 45 horas por semana. Em segundo fica o Mato Grosso ( 30,5%) e terceiro lugar Mato Grosso do Sul (29,1%).

Apesar de remeter ao cenário mais urbano, o fator responsável seria a alta concentração de de trabalhadores nas zonas rurais e a falta de sindicatos estruturados que cobre o cumprimento de carga horária adequada.

As regiões Norte e Nordeste são onde proporcionalmente há menor dedicação ao trabalho, com o maior índice de pessoas trabalhando menos de 14 horas por semana.

O líder é o Maranhão, com 11,8% dos trabalhadores, seguido por Acre, Pará, Amazonas, Bahia e Pernambuco. Os motivos são o trabalho temporário em atividades extrativistas ou na agricultura de subsistência. (Com informações do Jornal Estado de São Paulo).

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