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Consumo

A tatuagem ficou ruim? Reclame ao Procon

Ângela Kempfer e Anny Malagolini | 06/11/2012 09:52
Dia desses, a repórter Paula Maciulevícius passou pela experiência, depois de muito tempo pensando. Mas deu tudo certo.
Dia desses, a repórter Paula Maciulevícius passou pela experiência, depois de muito tempo pensando. Mas deu tudo certo.

É difícil alguém acertar a figura tatuada nas minhas costas. Minha filha, por exemplo, jura que é uma galinha. O pássaro voando alto, sob uma frase da poesia de Manuel de Barros, com o tempo virou uma galinha.

A única solução para a tatuagem colorida, feita em Fortaleza há 8 anos, é ser coberta por outro desenho. Mas quem passou por isso há pouco tempo, pode até procurar o Procon.

O superintendente do órgão em Mato Grosso do Sul, Alexandre Rezende, explica que é uma relação de consumo como qualquer outra e por isso passível de reclamação formal.

Mesmo que o contrato seja verbal, o serviço tem de ser bem feito, agradar a clientela. “Basta apresentar um recibo para caracterizar a relação”, detalha Alexandre.

O Procon não vai analisar o mérito, se a tatuagem foi ou não bem feita. Vai apenas tentar a conciliação, para que o caso não pare na Justiça. “Para entrar neste mérito, seria necessária uma perícia, o que cabe à Justiça. No nosso caso, queremos solucionar uma insatisfação do consumidor”, diz.

Na prática, é melhor evitar briguinhas e pensar várias vezes antes de escolher o profissional que vai executar o serviço.
Se tratando de tatuagem, “Branco” tem fama em Campo Grande, mas isso não basta, admite o tatuador. Para começar, o material usado tem de ter qualidade.

Alguns exemplos citados por ele são referentes as agulhas e a tinta. “Para cobrar um preço menor, alguns acabam comprando agulhas que não são adaptadas para o trabalho. Cada vidrinho de tinta boa, custa 32 reais, e para economizar, muitos profissionais acabam comprando tintas impróprias para aplicação na pele”, comenta.

Outra forma de economizar é comprar apenas as cores primárias, o que prejudica a finalização do desenho. “A cor preta tem 5 variações, para fazer as sombras claras, média... Na verdade, cada cor tem várias tonalidades em degrade. Eu, por exemplo, utilizo 33 tipos de tintas, 30 agulhas e só de máquinas são 8 modelos”.

São vários detalhes. Outro é o local que receberá as agulhadas. “Na cartilagem, o traço pode se deformar, a tatuagem desbota, pois a pele é diferente. Não indico fazer também nas dobras do pescoço, punho, mão, dedos e o pé”, alerta Branco.

Adham Wahab é tatuador há 12 anos e desde então já presenciou várias coisas "erradas" na área, inclusive tatuagens em domicílio. O resultado vem na sequência.

“Sempre aparece um monte de gente querendo corrigir a tatuagem. Algumas vezes se torna apenas uma mancha no corpo, de tão mal feita”, conta.

Para não ter problemas com a clientela, antes de começar a tatuar ele faz o desenho e pede mais de uma opinião, “porque se houver falha, alguém percebe. Depois de ser tatuado, se o cliente encontrar algum erro, ele deve retornar ao estúdio e apresentaremos uma solução”, diz.

Mas ele também sai em defesa da classe. “As pessoas têm de entender que a tatuagem é processo de antes, durante e depois. Elas devem seguir as orientações para uma boa cicatrização”.

Em alguns casos, o erro começa na escolha do que tatuar, lembra. Os mais clássicos são frases ou palavras com ortografia errada ou expressões em outras línguas, com significados bem diferentes do imaginado por quem teve a ideia. “Para que não ocorra erro em outro idioma sempre peço para procurem o consulado do País de origem do idioma para garantir o significado correto da palavra. Sobre a ortografia, não confiem na internet.

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