“Bonito está por um fio”, diz ator Mateus Solano após viagem em família
O paraíso de águas cada vez menos azuis levou ator a desabafar nas redes sociais e gerar uma discussão

Bonito, no nome, promete. Foi assim que Mateus Solano escolheu começar o texto que publicou no Instagram, um pequeno conto com pressa de alerta. O ator, que esteve com a família no destino sul-mato-grossense, descreve um lugar “que ainda brilha aos olhos de quem chega, mas sangra por dentro”. O post foi ao ar na tarde de quinta-feira.
RESUMO
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O ator Mateus Solano expressou preocupação com a degradação ambiental em Bonito, Mato Grosso do Sul, após visitar a região com sua família. Em publicação no Instagram, ele alertou sobre a deterioração das águas cristalinas e da vegetação local, destacando que o destino turístico "ainda brilha aos olhos de quem chega, mas sangra por dentro". A manifestação do artista coincide com investigações do Ministério Público sobre o turvamento dos rios da Serra da Bodoquena, problema que afeta diretamente o ecoturismo na região. Relatórios técnicos apontam perda de visibilidade em rios importantes como o Formoso e o da Prata, impactando a fauna local e as atividades turísticas.
Na publicação, Mateus fala de um homem antigo que “ouvia o que as árvores sussurravam” e teria previsto o esplendor, e a ruína, do território quando o ser humano parasse de escutar a terra. “Hoje, quando olho para as águas cada vez menos azuis e para o verde que se desfaz ao redor, sinto o eco dessa história”, escreve. A frase final é um soco curto: “Bonito está por um fio. E talvez o único milagre possível seja a consciência.”
O desabafo encontra eco no noticiário recente. Em julho, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu investigação sobre o turvamento recorrente dos rios da Serra da Bodoquena, citando desmatamento irregular, uso inadequado do solo e falhas de fiscalização, problemas que afetam justamente o cartão-postal que vende transparência como produto.
Não é caso isolado. Relatos técnicos e reportagens vêm apontando perda de visibilidade na água em rios como o Formoso e o da Prata, com impactos diretos no ecoturismo e na fauna, um prejuízo ambiental que, traduzido, vira cancelamento de passeio, peixe que some da foto e guia que volta para casa mais cedo.
O texto do ator não cita números, mas escolhe imagens que grudam: “os rios adoecem, as matas se fragmentam e o silêncio das grutas parece repetir a antiga profecia”. É a literatura dando dimensão ao boletim de ocorrência ambiental. E funciona porque o narrador não se coloca acima da paisagem; ele se inclui no erro: “o vazio dentro de nós, aquele que nos faz confundir progresso com destruição”.
Confira a publicação dele na íntegra:
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