Cobrança do IPTU surpreende contribuintes com alta acima do previsto
Prefeita afirma que só houve correção inflacionária e promete revisar casos

Campo-grandenses começaram a questionar aumentos no IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) que, na prática, ultrapassam o reajuste oficial de 5,32%, índice anunciado pela Prefeitura como simples correção inflacionária. As queixas surgiram nesta segunda-feira (22), na Central do Cidadão, onde contribuintes relataram saltos expressivos no valor do imposto, mesmo sem mudanças nos imóveis.
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Contribuintes de Campo Grande questionam aumentos no IPTU que superam o reajuste oficial de 5,32% anunciado pela Prefeitura. Na Central do Cidadão, moradores relataram elevações significativas no imposto, mesmo sem alterações nos imóveis. Entre os casos está o de uma aposentada que teve aumento de 24% no IPTU de seu apartamento, saltando de R$ 4.200 para R$ 5.229. A prefeitura, por meio da prefeita Adriane Lopes, afirma que não houve aumento real e que possíveis divergências podem ser resultado de erros no sistema.
Uma das reclamações é da aposentada Iloiva Hadlich, de 72 anos, moradora de um apartamento de 90 metros quadrados em frente ao Parque do Sóter. Segundo ela, o IPTU subiu de R$ 4.200 para R$ 5.229, um aumento de aproximadamente 24%, muito acima do IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - Especial).
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“Se falam que o aumento é de 5% em cima de R$ 4 mil, isso daria uns R$ 200 ou R$ 300. Mas aumentou muito mais do que isso”, disse. Ela afirma que não realizou nenhuma benfeitoria no imóvel e que o condomínio também não passou por melhorias. “É quase mil reais por ano. Não dá”, resumiu.
Outro relato é da diarista Eveling Jhenifer Silva de Oliveira, de 26 anos, dona do primeiro imóvel. Em 2025, a parcela mensal do IPTU era de R$ 62,12. Para 2026, passou para R$ 102,52. O valor total também subiu, de R$ 496,98 para cerca de R$ 512, segundo os boletos apresentados.
Eveling afirma que teve dificuldades para acessar informações no site da prefeitura e precisou ir várias vezes à Central do Cidadão para entender a cobrança. “Ficam jogando a gente de um lado para o outro. Eu só quero saber por que esse valor aumentou assim”, disse.
É importante lembrar que, em outubro, a prefeitura havia divulgado que o IPTU de 2026 teria apenas correção monetária de 5,32%, com base no IPCA-E, sem aumento real. A estimativa oficial é arrecadar R$ 950 milhões apenas com o imposto, ultrapassando R$ 1 bilhão ao somar a taxa de lixo.
O decreto com as regras do cálculo foi assinado pela prefeita Adriane Lopes (PP) e pela secretária da Fazenda e afirma que não houve mudança na planta genérica de valores nem nas alíquotas.
Questionada sobre as reclamações, na manhã desta quinta-feira, Adriane defende que não há aumento real. Segundo ela, os casos precisam ser analisados individualmente. “Pode ter ocorrido erro de sistema, o que pode acontecer, ou pode ser que o imóvel tenha passado por ampliação. Cada caso precisa ser avaliado com segurança”, declarou.
Ao ser informada de que os contribuintes relataram não ter feito benfeitorias, a prefeita reforçou que "com certeza, é apenas o IPCA. Se houve algum erro ou equívoco de sistema, ele será revisado”, termina.
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