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Diversão

No Centro de Convivência dos Idosos, quadrilha é francesa e festa para todos

Elverson Cardozo | 13/07/2012 18:56
Noiva fez bonito na quadrilha, mas não revela a idade nem por decreto. (Foto: Elverson Cardozo)
Noiva fez bonito na quadrilha, mas não revela a idade nem por decreto. (Foto: Elverson Cardozo)
Os noivos: A francesinha Jackeline e o brasileiro Antônio. (Foto: Elverson Cardozo)
Os noivos: A francesinha Jackeline e o brasileiro Antônio. (Foto: Elverson Cardozo)

A noiva era francesa, o noivo um brasileiro. “Hoje estamos festejando o casamento da Jackeline, uma linda francesinha que chegou ao Brasil e se apaixonou pelo Antônio”, anunciou a cerimonialista e coreógrafa do grupo, Sonia Rolon.

O noivo é Celso Firmino e tem 68 anos. A noiva é Tina Medalha e nem adianta perguntar a idade. “Eu não revelo”, conta. O casamento foi hoje (13) à tarde, no CCI (Centro de Convivência do Idoso), em Campo Grande. Aconteceu durante a festa junina e reuniu cerca de 2,5 mil pessoas.

De véu, grinalda, luvas rendadas, chapéu e em um vestido branco de cetim, a “francesinha” entrou no salão ao som da tradicional Marcha Nupcial, segurando um bouquet e uma sombrinha.

O futuro esposo escolheu um terno laranjado, em xadrez. O look, nada discreto, fazia par com uma gravata vermelha. Na cabeça, um chapéu de palha envolto com uma fita branca.

“Somos sexy”, comenta o aposentado Rai Pereira, de 66 anos, um dos 20 padrinhos, integrante da quadrilha. “É uma coreografia difícil porque juntou a quadrilha francesa com a brasileira”, explicou a coreógrafa Sonia Rolon.

Foram cerca de dois meses de ensaio para não fazer feio aos convidados. E não fizeram. A quadrilha “pé de moleque” - que já é vencedora do Arraial de Santo Antônio – encantou quem assistiu à performance do salão do CCI.

Do lado de fora, os noivos, ainda eufóricos, concederam entrevista. Tina Medalha é frequentadora assídua da entidade. Participa das aulas de dança coreografada, de salão e diz, como todo orgulho, que vai à academia três vezes por semana.

Quadrilha é composta por cerca de 20 idosos do CCI. (Foto: Elverson Cardozo)
Quadrilha é composta por cerca de 20 idosos do CCI. (Foto: Elverson Cardozo)
Grupo misturou coreografia francesa e brasileira. (Foto: Elverson Cardozo)
Grupo misturou coreografia francesa e brasileira. (Foto: Elverson Cardozo)

“O CCI é a extensão da minha casa”, afirmou, acrescentando que a qualidade de vida melhorou em 100%. “Depois que eu entrei aqui nunca mais fiquei doente”, declarou. Celso Firmino, o noivo, não sabia nem o que dizer e resumiu: “Eu ressuscitei“.

O idoso trabalhou por 50 anos como caminhoneiro. Quando finalmente se aposentou resolveu passar o tempo no CCI, onde encontrou novos amigos e novos motivos para seguir em frente. “Me sinto como um vencedor”, afirmou.

O bem-estar que sente é compartilhado pela professora aposentada Otília Rodrigues da Silva, de 73 anos, que foi à festança “de gaucha”, por que não consegue abandonar a tradição.

Só de pulseiras ela carregava 23 argolas, fora os brincos, colares, os anéis e um lenço vermelho. A produção completa foi por conta própria e durou cerca de 1 hora. “Eu mesmo passei o lápis no olho”, comenta. “Estou linda”, acrescenta.

Otília frequenta o Centro do Idoso desde que a instituição foi inaugurada. Hoje conseguiu, pela primeira vez, levar a filha à festança que foi animada a músicas como “Xote da Alegria”, do grupo Falamansa e o “O xote das meninas”, de Luiz Gonzaga.

Otília Rodrigues da Silva, de 73 anos, foi à festança “de gaucha”, por que não consegue abandonar a tradição. (Foto: Elverson Cardozo)
Otília Rodrigues da Silva, de 73 anos, foi à festança “de gaucha”, por que não consegue abandonar a tradição. (Foto: Elverson Cardozo)

“Aqui ela está sendo bem cuidada”, comenta a filha, a dona de casa Fátima Mendonça, de 40 anos. “Sou sinuqueira”, revela a mãe.

A professora Jesuína do Carmo Neto, de 61 anos, também não economizou na produção. Gastou R$ 149,00 no vestido e diz que o investimento compensou pela alegria que estava sentido.

Jesuína levou à festa o sobrinho, com que fez par para quadrilha, e duas filhas. “Nem dormi a noite de ansiedade”, disse. A professora frequenta o Centro desde fevereiro deste ano e faz aulas de hidroginástica. “Mas eu quero participar de outros projetos”, declarou.

Evento - A festa junina do Centro de Convivência do Idoso começou às 10h. O evento foi animado pela cantora Delinha e pelo grupo Michele e Banda. A entrada custou R$ 3,00 aos visitantes.

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