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Diversão

Quem são os empresários empenhados em trazer shows para Campo Grande?

Anny Malagolini | 13/10/2013 07:20
Marcelo Nova, uma das atrações do Pub
Marcelo Nova, uma das atrações do Pub

Reclamação geral entre quem consome cultura em Campo Grande é a falta de shows de boa música nacional. Há muitas bandas bacanas por aqui, mas quando a vontade é de ouvir atrações nacionais, o jeito é se contentar com alternativas comerciais, como covers, sertanejos e, no máximo, o pop rock. A nova MPB, por exemplo, é sonhar alto.

Mas há alguns empresários empenhados, que criam estratégias para viabilizar as apresentações, mas reclamam do público da cidade. O problema começa no custo, mas o pior é que muita gente cobra e na hora "H" não comparece, dizem os que se atrevem a contratar boas apresentações.

Unanimidade entre produtores, trazer shows à capital custa caro. Além de alvarás e impostos para manter uma casa de shows ou bares, artistas de fora têm custo mais alto porque não pertencemos à rota de shows do País, que envolve grandes centros.

O “Lendas Pub”, por exemplo, neste ano trouxe uma programação de nomes nacionais, como Marcelo Nova, no dia de aniversário de um ano da casa. Os clientes puderem assistir ao show de graça, mas o caso exceção.

Um dos diretores comenta não dá para pensar só em cultura e não ligar para a rentabilidade do evento. Por isso todos procuram bandas que possuem um “apelo” popular, o que inclui bandas que fazem covers. “Não é fácil, é um tormento permanente”, desabafa.

A cantora Marina Dalla, que também é diretora artística do pub e responsável por escolher as atrações, explica que para fazer com que o público compareça é preciso ter uma estratégia, e isso não é fácil. “Hoje gostam de rock antigo, estão revivendo o clássico nacional: Nenhum de Nós, Ultraje, Ira, e estamos tentando viabilizar essas atrações”, revela.

Ela também aponta outros custos que vão além do cachê da banda, pois é é preciso “bancar” o transporte, hospedagem, translado e alimentação de toda a equipe do artista ou banda em questão. “Não somos um grande centro, e passagem de avião é cara. Além disso, não temos estrutura pronta para receber grandes bandas de forma técnica. E isso aumenta ainda mais o valor do show”.

A banda Bidê ou Balde, em maio deste ano, anunciou na própria página do Facebook que queria realizar um show na capital, e claro, os empresários logo se dispuseram. Mas a equipe gaúcha conta com mais de 10 pessoas, então, as despesas ultrapassam o próprio valor do cachê, que é de 6 mil reais.

Por conta disso, o único que continuou interessado foi o “Hangar”. Segundo um dos proprietários, Thiago Coutinho, a casa está em fase de negociação com a banda, e o show deve ser realizado até o fim do ano.

Os 4 meses de acertos com o “Bidê ou Balde” revelam que é preciso um trabalho minucioso, para não haver prejuízos. Para Thiago, uma característica do público de Campo Grande é gostar mais dos shows aos sábados e de preferência até o meio do mês, quando qualquer trabalhador brasileiro tem mais dinheiro no bolso.

Com orgulho, o empresário conta que em um ano e meio desde a inauguração a casa até trouxe bandas que participaram do “Rock in Rio”, deste ano, além de outras que se estabeleceram no cenário musical do País, como Kiara Rockers, Autoramas, B Negão, Matanza, Terra Celta, Cachorro Grande, Edu Ribeiro, Velhas Virgens, Soulstripper e Rock Rocket.

“É difícil, o empecilho é o próprio público que é limitado. Sempre cobram atrações e chega na hora não vai ninguém”, a reclamação é do produtor Glédson Damaceno, de 28 anos, que há cinco promove eventos em Campo Grande, mas confessa que hoje, se tornou mais cuidadoso com o que vai trazer. Por isso, não segue apenas o pedido do público.

Ele conta que o show da banda “Strike” significou prejuízo de R$ 10 mil. “Agora, procuro bandas que tem nome forte e que vão ter público garantido”. Um exemplo, segundo ele, é a próxima atração que vai trazer, a banda “Reação em Cadeia”, que apesar de não estar no auge, tem história e conquistou respeito entre o público.

Até meia entrada especial foi criada por ele para não haver desculpa. O desconto vale, inclusive, para quem não tem “carteira de estudante”. Para pagar menos, é preciso levar 1 litro de leite, o show que custa R$60, sai por R$30,00 para quem contribuir.

No Facebook é fácil encontrar grupos pedindo aos produtores e empresários para que tragam algumas atrações, como a banda “O Rappa”. O grupo foi criado em abril deste ano, e até agora, nenhum sinal da banda carioca aparecer pela capital.

Nesse caso específico, Gledson conta que o cachê da banda deve passar dos 70 mil reais. “Deixamos de trazer bandas boas com medo de tomar prejuízo”, diz, depois do trauma dos últimos tempos.

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