Confeiteira escutou por muito tempo que seus bolos não valiam nada
Nádia manteve a fé no próprio talento, mesmo quando o ex-marido dizia que suas receitas não davam dinheiro
Nem sempre o sonho de ser confeiteira coube dentro do casamento de Nádia Maria Arce, de 49 anos. Apesar de no início o ex-marido ter ajudado a construir nos fundos da casa uma cozinha industrial para ela trabalhar, o incentivo não durou. Com o tempo, veio a falta de fé no negócio.
“Eu ouvia que meus ‘bolinhos’ não davam dinheiro”, lembra. Mesmo magoada por ouvir várias vezes que seu trabalho ‘não valia nada’, Nádia não soltou o que ela define como seu dom e insistiu.
Hoje, sete anos depois de decidir que viveria exclusivamente da confeitaria, é exatamente dela que vem toda a renda da casa. E, mais do que isso, é de onde vem a realização que ela sempre buscou.
Filha de cozinheira, Nádia cresceu vendo dona Irene Maria Arce transformar um pequeno espaço na Rua 13 de Maio em ponto de venda de pastéis. Ali, ela observava a mãe empreender e se virar com três filhos, algo que mais tarde serviria de referência. “Apesar dela ser uma excelente cozinheira, eu não aprendi a cozinhar com ela. Mas aprendi vendo ela”, conta.
A prática veio quando decidiu estudar profissionalmente. Ela fez curso de cozinheira e, a partir dali, passou a trabalhar em hotéis e restaurantes, chefiar cozinhas e até dar aulas de gastronomia por quatro anos.
Mesmo atuando na cozinha quente, era a confeitaria que chamava mais alto. “Eu sempre falava que queria viver só de doce”, lembra. E foi por isso que, quando o filho era pequeno e a rotina familiar não encaixava com a vida de restaurante, ela mergulhou no mundo dos bolos.
Hoje, a rotina é intensa, seja com a linha de produção, seja no planejamento das compras e atendimento aos clientes. “Trabalho sozinha. Se não for organizada, não dou conta”, destaca.
Nádia faz de tudo. Bolos simples, tarteletes, doces de panela, sobremesas e docinhos. Mas o carro-chefe são as tortas. Segundo ela, a campeã de vendas é a cinco leites com morango.
“Mesmo durante a pandemia, quando as festas foram canceladas, apareciam pessoas pedindo encomendas. Era como se Deus me falasse que Ele me deu o dom para que eu sobrevivesse dele”, comenta.
Para ela, o que a manteve firme não foi só a fé, mas o amor profundo pela confeitaria. “É cansativo, mas eu amo meu trabalho. A confeitaria foi meu sonho realizado. Me ajudou a reconstruir minha vida, ter minha renda e provar pra mim mesma que sou sim capaz”, finaliza.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.
Confira a galeria de imagens:













