Clima mais agressivo ameaça gerações de araras-azuis, diz instituto
Ventos têm derrubado árvores usadas como ninhos e monitoramento diário tenta evitar perda de filhotes
O Instituto Arara Azul, referência nacional na conservação de aves em Mato Grosso do Sul, fez um alerta nesta segunda-feira (1º) sobre os impactos das mudanças climáticas na reprodução das araras-azuis, araras-canindé e outras espécies que dependem de cavidades naturais em árvores para criar seus filhotes.
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O Instituto Arara Azul alerta sobre os impactos das mudanças climáticas na reprodução de araras-azuis e araras-canindé no Pantanal. Tempestades e ventos fortes, intensificados pelo aquecimento global, têm derrubado árvores com ninhos ativos, interrompendo ciclos reprodutivos e deixando filhotes vulneráveis. Em Campo Grande, até novembro, foram registradas quedas de 15 ninhos ativos, afetando principalmente araras-canindé, com sete ovos perdidos e 21 filhotes impactados. O Instituto realiza monitoramento diário e instalação de ninhos artificiais para proteger as espécies, contando também com o apoio da comunidade local.
Segundo a entidade, episódios recentes de ventania derrubaram árvores que abrigavam ninhos ativos. O efeito é imediato e devastador para as aves. Como destaca o Instituto, “quando uma árvore desse tipo cai, todo o ciclo reprodutivo é interrompido em segundos: o ninho se perde e os filhotes ficam vulneráveis”.
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A intensificação de tempestades e rajadas de vento, fenômeno associado ao aquecimento global, tem tornado esses incidentes mais frequentes. Árvores mais antigas, preferidas pelas araras por possuírem cavidades naturais, estão entre as mais afetadas. “As mudanças climáticas intensificam tempestades, aumentam a força dos ventos e aceleram a fragilização de árvores mais antigas”, explica o Instituto.
Diante desse cenário, o trabalho de monitoramento diário realizado pela equipe e por parceiros tem sido fundamental. A vigilância permite identificar riscos estruturais, agir rapidamente após a queda de árvores e reinstalar ninhos artificiais quando necessário. De acordo com o comunicado, essa resposta ágil “garante que filhotes em desenvolvimento continuem protegidos e tenham maiores chances de chegar à fase adulta”.
O Instituto lembra que a conservação das araras é um trabalho constante, técnico e muitas vezes invisível ao público, mas essencial para que as espécies se mantenham em um ambiente cada vez mais pressionado por eventos climáticos extremos.
A entidade também reforça a importância da participação da comunidade. Quem observar araras na região ou identificar árvores usadas como ninhos pode ajudar informando os pesquisadores. “A participação da comunidade fortalece a conservação”, destacou o Instituto.
Levantamento - Até o dia 17 de novembro, em Campo Grande, o Instituto havia registrado a derrubada de 15 ninhos ativos de araras-canindé e maracanãs-de-cara-amarela. Muitos desses ninhos destruídos continham ovos e filhotes que acabaram morrendo com as quedas, resultando em perdas totais ou parciais por ninho afetado.
A arara-canindé foi a espécie mais afetada, com sete ovos perdidos e 21 filhotes impactados. Desta espécie, seis não resistiram, seis foram encaminhados ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) e nove passaram por manejo especializado, sendo realocados para ninhos artificiais ou tendo seus ninhos recuperados.
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