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Meio Ambiente

Mudanças bruscas de clima anunciam inverno com chuva e alta temperatura

Flávia Lima | 10/06/2015 16:02
Altas temperaturas, como as registradas no final da manhã desta quarta-feira, devem marcar as tardes de inverno. (Foto:Marcos Ermínio)
Altas temperaturas, como as registradas no final da manhã desta quarta-feira, devem marcar as tardes de inverno. (Foto:Marcos Ermínio)
Hoje, em questão de minutos, sol e chuva se alternaram em Campo Grande.
Hoje, em questão de minutos, sol e chuva se alternaram em Campo Grande.

Há menos de duas semanas para o início do inverno, as variações meteorológicas vem surpreendendo o campo-grandense, que na manhã desta quarta-feira (10) pôde observar temperatura mínima na casa dos 18ºC e máxima de 28ºC antes do final do período.

Em algumas regiões da Capital chegou a chover, indicando que o dia permaneceria nublado e chuvoso. Porém, de acordo com o meteorologista Natalio Abão, da Uniderp-Anhanguera, os períodos instáveis são comuns durante a transição do outono para o inverno. Ele explica que o fenômeno registrado na manhã de hoje ocorreu devido a uma formação de nuvens localizada, provocada pelo aumento de umidade.

No entanto, ele diz que devido a proximidade da nova estação, já deveriam estar ocorrendo incursões de temperaturas mais baixas. Segundo ele, essas alterações tem ligação direta com o fenômeno El Niño, que desde maio vem influenciando significativamente no clima da região. “Nos últimos oito anos tivemos temperaturas de menos de 10ºC no Estado, nos dez primeiros dias de junho. Agora as máximas estão perto de 30ºC”, explica.

Ainda conforme Natálio Abrão, a tendência é que essas variações intensifiquem nos próximos meses. “Daqui para frente será assim. Se chover no Nordeste, aqui teremos tempo seco, porque o El Niño provoca esse deslocamento das precipitações para outras regiões”, diz.

Conforme previsão para os próximos três meses, o El Niño, que é um aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, deve promover mudanças nos regimes de chuvas no Centro-Oeste, beneficiando a agricultura e estiagens extremas no Nordeste brasileiro.

Essa condição de águas mais aquecidas em toda a extensão do oceano Pacífico Equatorial persistiu no mês de maio, indicando o estabelecimento do fenômeno nos próximos meses.

Inverno – De acordo com previsão do meteorologista Natálio Abrão, o inverno, que terá início dia 21 de junho e término no dia 23 de setembro, deverá ser marcado por altas temperaturas no período da tarde e poucos períodos de estiagem. Isto porque a região amazônica ainda mantém volumes de chuva excessivos que podem contribuir em manter médias significativas de precipitações em parte do período.

No mês de julho, alguns sistemas frontais devem atuar no Brasil e podem atingir Mato Grosso do Sul acompanhados de menos chuva e massa fria com intensidade capaz de reduzir as temperaturas a menos de 10ºC na Capital e menos de 7ºC no sul do estado. Também é aguardada para o próximo mês uma frente polar fria, que deve se estabelecer no Estado após a primeira semana de julho até o dia 14.

Essa massa de ar frio vai derrubar as temperaturas em várias localidades entre Amambaí, Dourados e Campo Grande a Maracaju. Corumbá a Bonito também estarão expostos às baixas temperaturas, no entanto há poucas chances de ocorrer geada forte nas regiões.

O meteorologista também alerta para o fenômeno das inversões térmicas, comum na estação, que podem gerar nevoeiros com umidade alta no centro-sul. Durante as tardes, a previsão é de umidade relativa abaixo de 35%, criando condições de manter as partículas de fumaça em suspensão, provocando irritação nos olhos. Quem trafegar pelas estradas deve tomar cuidado com a névoa seca, que provoca redução na visibilidade.

Com exceção dos dias em que haverá incidência da massa polar, as tardes serão quentes e não muito secas, uma vez que as chuvas estarão mais frequentes e devem ficar 25% acima da média na região oeste e sudoeste do Estado, ficando dentro da média nas demais regiões. Com isso, o inverno de 2015 não deve bater o frio mais rigoroso dos últimos 35 anos, registrado em 2013, onde foi verificada mínima de 2,7ºC em Amambai.

A temperatura média na Capital deve ficar em 19,3ºC e 21,8ºC em Corumbá. As máximas chegam a 35,5ºC em Campo Grande e 37,2ºC em Coxim.

Após julho, as altas temperaturas irão se estabelece em todas as regiões de Mato Grosso do Sul devido às poucas massas de ar frio no sul do país, que irão proporcionar elevação na temperatura, principalmente na região norte, oeste e centro do Estado, que vai registrar valores acima dos 32ºC.

As altas temperaturas serão observadas inclusive à noite, podendo afetar as culturas do milho e algodão. Na maior parte do estado, a chuva fica próxima dos valores médios históricos, entre 20 e 30 milímetros.

A partir de agosto as chances de chuvas se repetem como no mês de julho. No sul do estado entre Dourados e Sete Quedas, são de 40% de ficar acima da média. No restante do estado a tendência é de manter as medias históricas da região.

Já quanto às temperaturas, Natálio Abrão ressalta que devem ficar até 5ºC acima das médias máximas, fator que se repete em setembro, uma vez que o mês é marcado pelo início da primavera.

A região oeste, compreendendo Corumbá, Porto Murtinho e Bela vista vai registrar as maiores marcas, assim como Campo Grande, que terá máximas acima dos 32ºC, mas ainda acompanhadas esporadicamente de muita névoa seca.

As chuvas devem manter a média histórica no norte, nordeste e sudoeste de Mato Grosso do Sul. Apenas as regiões oeste e noroeste terão períodos de poucas precipitações.

Já as cidades da região central, leste, sudeste e sul têm 45% de chance de registrarem chuvas acima da média. Os maiores índices pluviométricos ente julho e setembro devem ser observados em Ponta Porã, com 219 milímetros, Dourados com 198 e Ivinhema, com 196 milímetros.

Chuva e temperaturas amenas serão registradas na maior parte das regiões de MS. em julho. (Foto:Marcos Ermínio)
Chuva e temperaturas amenas serão registradas na maior parte das regiões de MS. em julho. (Foto:Marcos Ermínio)
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