Pantanal de MS registra queda histórica de 99% na área queimada em 2025
Chuvas regulares e brigadas permanentes ajudam a reduzir incêndios após recorde de destruição de 2024
O Pantanal de Mato Grosso do Sul registrou neste ano a menor área queimada desde o início da série histórica, em 2017. Dados do Lasa/UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) apontam redução de quase 99%, com cerca de 20 mil hectares atingidos em 2025, contra 1,6 milhão em 2024, ano marcado por incêndios recordes e fumaça que se espalhou por dezenas de cidades.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O Pantanal de Mato Grosso do Sul registrou a menor área queimada desde 2017, com redução de 99% em relação ao ano anterior. Em 2025, aproximadamente 20 mil hectares foram atingidos, contra 1,6 milhão em 2024, quando incêndios recordes afetaram a região. A melhora significativa é atribuída às chuvas regulares e ações preventivas reforçadas, como a atuação da Brigada Alto Pantanal na Serra do Amolar. Apesar dos resultados positivos, especialistas alertam que o risco de novos focos permanece, especialmente entre agosto e outubro, período mais crítico para queimadas.
Em Campo Grande e em municípios do interior, o céu chegou a ficar encoberto por dias, resultado da mistura da fumaça com a baixa umidade do ar.
- Leia Também
- Queimadas: fotógrafo registra contraste no Morro dos Macacos
- Incêndios em MS aumentam e agosto atinge média de 16 focos diários
Segundo especialistas ouvidos pela Folha de São Paulo, 2025 tem sido um ano relativamente tranquilo em termos de incêndios, mas o clima ainda pode favorecer novos focos. A maior parte das queimadas costuma ocorrer entre agosto e outubro, período de maior risco.
Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais e do Lasa apontam que 339 municípios estão em alerta alto e 510 em alerta moderado para incêndios neste período, principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. O risco permanece, mesmo que grandes incêndios não se concretizem.
Cenário favorável
Segundo a reportagem, a melhora é resultado da combinação de chuvas regulares, que mantêm a vegetação úmida, e de ações preventivas reforçadas nos últimos anos. No fim de julho, uma linha de fogo de cinco quilômetros avançava da Bolívia em direção ao Pantanal sul-mato-grossense, mas foi controlada pelas chuvas antes de se espalhar.
Na Serra do Amolar, a prevenção é coordenada pelo Instituto Homem Pantaneiro e inclui a Brigada Alto Pantanal, criada em 2021 para atuar de forma permanente. A equipe realiza aceiros, trabalhos de educação ambiental e apoio às comunidades locais, reduzindo o risco de incêndios e preparando o terreno para ações rápidas caso o fogo apareça.
Os aceiros, cortes planejados na vegetação, funcionam como barreiras naturais para impedir a propagação do fogo e servem como corredores de fuga para a fauna. O trabalho preventivo é considerado mais eficiente e econômico do que o combate emergencial.
Em 2024, cerca de 20% da área monitorada na Serra do Amolar foi atingida pelo fogo, incluindo 30 mil mudas destinadas à recuperação ambiental. Para 2025, a expectativa é que o Pantanal atravesse a temporada de seca sem grandes queimadas, mantendo o bioma protegido e evitando impactos ambientais e econômicos graves.