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Meio Ambiente

Pesquisadores de Chapadão do Sul estudam emissão de carbono em MS

O carbono no solo tem um grande impacto no clima, por isso pesquisadores fizeram coletas por 13 dias

Por Rayani Santa Cruz | 23/09/2023 09:27
Pesquisadores da UFMS e da Unemat realizam coletas em MS (Reprodução UFMS)
Pesquisadores da UFMS e da Unemat realizam coletas em MS (Reprodução UFMS)

Para entender e controlar as emissões de carbono no Estado, pesquisadores de Chapadão do Sul estão realizando um estudo inédito em três ambientes diferentes: Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado.

Diante do desequilíbrio climático mundial, governos e representantes do setor produtivo, especialmente, são cobrados sobre medida chamadas "carbono neutro", por meio de estratégias de compensação que promovam a absorção e remoção do gás carbônico da atmosfera.

Em Mato Grosso do Sul, esses estudos estão sendo financiados pela Fundect-MS (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia) e pelo Governo do Estado. O projeto recebeu quase R$ 1 milhão da Fundect-MS e mais de R$ 20.000,00 da Unemat (Universidade Estadual de Mato Grosso), campus de Sinop, para as despesas de coleta de dados.

Pesquisadores Paulo Eduardo Teodoro e Carlos Antonio da Silva Junior em coleta de dados na área de eucalipto
Pesquisadores Paulo Eduardo Teodoro e Carlos Antonio da Silva Junior em coleta de dados na área de eucalipto

A pesquisa está sob coordenação de Paulo Eduardo Teodoro, do campus de Chapadão do Sul da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em conjunto com Carlos Antônio da Silva Júnior, da Unemat. O trabalho dos pesquisadores visa avaliar como o carbono se comporta em quatro tipos de áreas: florestas naturais, pastagens, plantações de soja e eucalipto. Eles querem saber se essas áreas emitem ou absorvem carbono.

De acordo com Paulo Teodoro, o solo tem grande importância no ciclo do carbono porque é tido como seu maior reservatório, mas isso depende de fatores como a cobertura vegetal, tipos e práticas de manejo.

“Os estoques de carbono no solo são indicadores-chave em termos de mudança climática, por isso é importante termos estudos científicos de como acontece o fluxo de CO2 em cada um dos nossos biomas e nas principais culturas econômicas do nosso Estado”, detalha.

A professora do CPCS Larissa Pereira Ribeiro Teodoro explica que geralmente a vegetação nativa é vista como um sumidouro de CO2 por ser um solo que nunca foi mexido, com uma microbiota muito rica que contribui para absorção de carbono pelo solo. “Quando há ação humana, quando o solo é revolvido, fica mais exposto e libera mais dióxido de carbono para a atmosfera, por isso, teoricamente, a agricultura e a pastagem são as atividades agrícolas que mais liberam CO2. O objetivo da nossa pesquisa é quantificar isso nos biomas Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica”, diz a pesquisadora.

O estudo é importante porque o carbono no solo tem um grande impacto no clima. Dependendo de como a terra é usada, ela pode ser uma fonte de emissões de carbono ou ajudar a retirá-lo da atmosfera.

Coleta de dados 

O trabalho de coleta de dados e amostras de solo a campo contou com uma equipe de 15 pessoas, entre pesquisadores e estudantes de pós-graduação. Durante 13 dias seguidos, eles fizeram uma jornada a três municípios: Deodápolis, região sul do Estado, onde há resquícios de Mata Atlântica; Aquidauana, início do Pantanal; e Chapadão do Sul, com sua extensa área de Cerrado. Em cada um destes locais foram selecionadas áreas de vegetação nativa, de pastagem e eucalipto que tinham o mesmo uso e ocupação de solo por pelo menos quatro anos.

No caso da agricultura, foram escolhidas áreas com cultivo de soja durante a safra com histórico de pelo menos quatro anos safras. Nestas áreas, as avaliações ocorreram durante o pico vegetativo da cultura, aproximadamente 60 dias após a emergência.

O objetivo final da pesquisa é criar um modelo matemático preciso usando dados de satélite. Isso ajudará a entender melhor as mudanças climáticas e a tomada de decisões mais inteligentes sobre como cuidar do ambiente. Para os pesquisadores é um passo importante para proteger o planeta.

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