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Meio Ambiente

Sem áreas úmidas, não há futuro climático, alerta diretor do SOS Pantanal

Diretor-executivo do SOS Pantanal, Leonardo Gomes, defende o protagonismo do bioma na COP30

Por Inara Silva | 10/10/2025 16:23
Sem áreas úmidas, não há futuro climático, alerta diretor do SOS Pantanal
Leonardo Gomes, diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal (Foto: Renato Stockler/Divulgação)

O Pantanal precisa estar no centro das discussões da COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). O alerta é de Leonardo Gomes, diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal e finalista do Prêmio Empreendedor Social de 2022. Para ele, as áreas úmidas, como o Pantanal, são essenciais à estabilidade climática global, mas seguem sendo tratadas como secundárias nas negociações internacionais, que acabam priorizando as áreas florestais.

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O diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, Leonardo Gomes, defende a inclusão prioritária das áreas úmidas nas discussões da COP30, que acontecerá em Belém. Segundo ele, esses ecossistemas são fundamentais para a estabilidade climática global, mas têm sido negligenciados em favor das áreas florestais. O Pantanal, maior ecossistema úmido continental do planeta, enfrenta graves ameaças. Estudos do Cemaden preveem aumento de até 7ºC nas temperaturas médias e redução de 30% nas chuvas da região. Em 2020, incêndios consumiram um terço do bioma, liberando 115 milhões de toneladas de CO₂, equivalente às emissões anuais da Bélgica.

Gomes ressalta que o Pantanal é um bioma sensível ao que ocorre em seu entorno e tem sofrido impactos diretos da crise climática. Estudos realizados pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) traçam cenários futuros com aumento de 5 a 7ºC nas temperaturas médias da região e redução de até 30% no índice de chuvas.

Recursos - Para o diretor, as áreas úmidas estão mais ameaçadas do que as florestas e não têm recebido a devida atenção. “A gente costuma dizer que o Pantanal precisa de legalidade, prioridade e investimento”, afirma Gomes, ao destacar que já foram elaboradas leis estaduais e nacionais. “Agora, a pauta é buscar investimentos”, completa.

Por isso, a SOS Pantanal vai realizar dois grandes eventos culturais durante a COP30, com o objetivo de chamar a atenção do público nacional e internacional. Serão realizados shows de Ney Matogrosso (13/11) e Lenine (21/11) e toda a renda será revertida para as ações da entidade e seus projetos de conservação, restauração de áreas, educação ambiental, prevenção e combate a incêndios florestais.

Sem áreas úmidas, não há futuro climático, alerta diretor do SOS Pantanal
Vista aérea do Pantanal, em Mato Grosso do Sul (Foto: Bruno Rezende)

Riscos - Para reforçar o tema, Gomes publicou um artigo na Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (9). Ele lembra que, em Campo Grande, cerca de 150 organizações da sociedade civil, cientistas e instituições de diversos países entregaram uma carta à presidência da COP30, em encontro realizado em 15 de setembro. As entidades pedem que as áreas úmidas sejam incluídas de forma estruturante nos compromissos climáticos.

“As áreas úmidas estão desaparecendo três vezes mais rápido do que as florestas, embora armazenem mais carbono por unidade de área do que qualquer outro ecossistema terrestre”, destacou o ambientalista.

O Pantanal é o maior ecossistema úmido continental do planeta e símbolo da biodiversidade brasileira. No entanto, enfrenta ameaças crescentes.  Em 2020, quase um terço do bioma foi consumido pelo fogo, liberando 115 milhões de toneladas de CO₂, o equivalente às emissões anuais de um país como a Bélgica.

Segundo Gomes, proteger o Pantanal é uma questão de justiça socioambiental e de sobrevivência humana.

“Ao negligenciarmos as áreas úmidas, comprometemos não apenas as metas do Acordo de Paris, mas também o futuro de povos indígenas, comunidades ribeirinhas e populações pantaneiras locais”, reforça.

Defesa - O diretor do SOS Pantanal defende que a COP30 seja um marco de compromisso com metas mensuráveis e financiamento adequado para a conservação e restauração das áreas úmidas, com mecanismos de governança que reconheçam o protagonismo das populações locais.

Para ele, o Brasil tem papel estratégico nessa agenda, por abrigar o Pantanal e outras áreas úmidas de relevância global.

“Não podemos permitir que o bioma símbolo do nosso país continue relegado a notas de rodapé nos documentos internacionais”, afirma.

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