Sumido nos Andes, montanhista retratou queimadas no Pantanal em fotos incríveis

A natureza de Mato Grosso do Sul e as queimadas no Pantanal fazem parte dos arquivos do montanhista e fotógrafo Edson Vandeira, de 36 anos. Conhecido pelo preparo físico e mental, ele e outros dois colegas estão desaparecidos após tentarem escalar o Nevado Artesonraju, uma das montanhas mais técnicas da Cordilheira Blanca, no Peru. As buscas seguem pelas equipes de resgate. A princípio, as informações nacionais era de que Edson nasceu em Campo Grande, mas ele apensa viveu um período na cidade. O fotógrafo é de Suzano (SP).

Por aqui, Edson compartilhou registros da natureza urbana. “A rotina das capivaras em alguns pontos da cidade de Campo Grande, MS”, escreveu em uma de suas postagens no Instagran.

Depois,  voltou a trabalho em 2020, para registrar os incêndios no Pantanal, o que originou, inclusive, o documentário: "Eu fui conhecer o Pantanal e ele não estava lá".

Em 2020, acompanhou de perto os incêndios na região, onde fotografou os combates ao fogo. “Sigo no Pantanal há vários dias documentando toda a tragédia das queimadas e acompanhando de perto os heróis anônimos na linha de frente”, publicou na época.

Conhecido e respeitado, Vandeira começou a praticar montanhismo em 2008, aos 19 anos, e desde então participou de expedições no Himalaia, cruzou os Andes e esteve nove vezes na Antártida, atuando na segurança de cientistas.

Em 2021, foi finalista do prêmio Wildlife Photographer of the Year com fotos dos incêndios no Pantanal. É o mais importante concurso de vida selvagem do mundo, organizado pelo Museu de História Natural de Londres.  Também participou da série “Andes Extremo”, do History Channel, e teve várias imagens publicadas na National Geographic.

Em março de 2019, a edição da revista exibiu ensaio fotográfico “Verões no Gelo”, com sete páginas contando um pouco sobre o trabalho dele para o Programa Antártico Brasileiro.

Ele protagonizou documentário junto a outros dois montanhistas brasileiros: Gabriel Tarso e Branca Franco. Eles encararam a montanha mais alta do Peru, uma altitude de um cume de 6.768 metros e todas as dificuldades de uma montanha remota e selvagem.

A aventura originou da série "Andes Extremo", o documentário “Huascarán” tem imagens belíssimas da montanha. Vandeira é considerado um dos melhores cinegrafistas de altitude do Brasil.

Produzida pelo History Channel, o filme acompanhou a jornada unindo aventura, história e cultura pré-colombiana. Ao longo dos episódios, o trio enfrenta obstáculos como altitude extrema, condições climáticas severas e o isolamento das montanhas que escalam, muitas ainda inexploradas.

A série conta com 36 episódios, transmitidos originalmente pelo History Channel e também disponíveis no YouTube. Durante as gravações, Edson chegou a testar positivo para covid-19 e se afastar temporariamente.

Atualmente, ele mora no Peru e se preparava para obter certificação como guia internacional de montanha, conciliando os estudos com a fotografia em paisagens extremas.

Desaparecido - Edson sumiu junto a outros dois colegas, Efraín Pretel Álonzo e Jesús Huerta Picón, durante escalada de uma montanha de seis mil metros de altitude, no Peru. "O companheiro que estava com ele disse que na quinta-feira o clima estava ruim e acabou descendo. Já o Edson e os outros ficaram para tentar subir na sexta", explicou uma amiga de Edson ao Campo Grande News.  

O trio afirmou que retornaria no domingo, mas até agora não apareceu. Isso não aconteceu e por isso o alarme foi acionado.

As buscas começaram ainda no fim de semana e foram intensificadas nos últimos dias, com uso de drones, alpinistas experientes e uma equipe da Polícia de Alta Montanha. As condições climáticas adversas dificultam a operação e tornam a situação ainda mais delicada.

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