Vazão volta a ser reduzida em Porto Primavera para preservar reservatórios
Redução repete ajuste feito no mês passado e depende das condições climáticas para voltar ao normal

A UHE (Usina Hidrelétrica) Engenheiro Sérgio Motta, conhecida como Porto Primavera, voltou a operar com redução gradual de vazão a partir desta segunda-feira (24). A medida atende nova determinação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e tem como objetivo preservar o nível dos reservatórios do Rio Paraná, que também recebem água dos rios Grande e Paranaíba. O complexo fica na divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, no município de Batayporã, a 310 quilômetros de Campo Grande.
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A CESP (Companhia Energética de São Paulo) informou que a operação será conduzida de forma controlada, com cortes de 100 metros cúbicos por segundo por dia. O volume liberado deve cair dos atuais 4.600 m³/s para 3.900 m³/s ao longo dos próximos dias, o mesmo patamar determinado pelo ONS na operação realizada no mês passado. O retorno aos níveis anteriores depende das condições hidrológicas e meteorológicas.
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Segundo a companhia, a orientação do ONS leva em conta a previsão de cenário mais crítico no curto prazo e a necessidade de garantir segurança eletroenergética no Sistema Interligado Nacional. O gerente do Centro de Operações da CESP, Fernando Sestari, reforça que as usinas não têm autonomia para definir vazões.
“As operações de água são controladas pelos órgãos competentes do setor, que analisam demanda energética e condições hidrometeorológicas de toda a bacia, não apenas do trecho onde a usina está instalada”, afirmou no comunicado.
No mês passado, o mesmo processo foi adotado para enfrentar os efeitos da estiagem prolongada na região Centro-Sul. Na ocasião, a CESP informou que a redução poderia se estender até 2025, a depender do regime de chuvas e do comportamento dos reservatórios. A medida atual segue a mesma lógica, retomando o ajuste para manter estoques de água considerados estratégicos.
A companhia afirma que o Plano de Trabalho para conservação da biodiversidade, aprovado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e iniciado em maio, continuará ativo durante todo o período de flexibilização. O monitoramento ocorre no trecho que vai da jusante da usina até a foz do Rio Ivinhema, em território sul-mato-grossense.
As ações incluem equipes embarcadas com biólogos, análise da qualidade da água, acompanhamento do comportamento dos peixes e coleta de amostras. Também serão usados drones em áreas de difícil acesso para detectar possíveis impactos.
O protocolo prevê a possibilidade de resgate ou remoção de peixes caso haja necessidade. Todo o material coletado será reportado aos órgãos ambientais responsáveis. A CESP mantém ainda o canal de atendimento Diálogo Aberto, que recebe dúvidas e relatos da comunidade ribeirinha pelo WhatsApp no número (11) 93032-6699, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
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