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Porque seu gato “surta” com água sanitária e quando isso vira perigo

Cheiro lembra feromônios e atrai os felinos, mas exposição pode causar queimaduras químicas e intoxicação

Por Natália Olliver | 21/11/2025 07:10

Você já reparou que seu gato rola no chão assim que sente o cheiro de água sanitária? Os olhos dilatam, ele começa a miar e alguns até querem brincar com os donos. O comportamento não é incomum, mas o que muitos não sabem é que usar o produto químico sem os devidos cuidados pode ser tóxico para o seu amigo felino e levar até à dependência em casos crônicos.

O médico-veterinário Antônio Defanti Júnior explica por que isso acontece e o que fazer para evitar problemas sérios à saúde do seu amigo felino. Indo direto ao ponto, o cheiro que, para nós, é sinônimo de limpeza lembra, para eles, feromônios felinos. Não é idêntico, mas ativa as mesmas áreas sensoriais.

“Lembra feromônios felinos, especialmente os presentes na urina e nas marcações territoriais. Isso desperta curiosidade, excitação, hiperatividade. É por isso que alguns gatos rolam no chão, cheiram intensamente, salivam ou ficam ‘brincalhões’ ao sentir o cheiro da água sanitária”, comenta.

O problema é quando a curiosidade passa da conta. Lamber a pata molhada ou o produto que não secou direito no banheiro ou no chão da casa costuma causar consequências que variam de leves a graves, dependendo da quantidade ingerida.

“Lambidas muito pequenas geralmente causam irritação leve (boca, garganta, estômago). Lambidas maiores ou soluções mais concentradas podem causar queimaduras químicas, vômito intenso e até intoxicação séria. O fato de lamber as patas contaminadas repetidamente, mesmo pequenas exposições, não é seguro.”

Mas quem tem gato em casa precisa substituir o uso da água sanitária? Antonio explica que não, mas que é necessária atenção redobrada. O uso está liberado desde que o gato não tenha acesso ao local até que o local esteja completamente seco. O produto também deve ser usado bem diluído.

“A maioria das marcas recomenda 1:10 ou mais. Evite deixar baldes, panos molhados ou frascos ao alcance do gato. Essas alternativas podem ajudar a evitar o transtorno. Além disso, é recomendado usar produtos pet safe, ou seja, com cloro diluído corretamente ou quaternários de amônio específicos para uso doméstico seguro.”

O veterinário da clínica Bourgelat ressalta que, a longo prazo, o cheiro forte pode causar estresse ou irritação respiratória no felino.

“O odor do hipoclorito de sódio é muito agressivo para o olfato felino. Pode causar irritação respiratória, especialmente em gatos com rinite, asma ou sensibilidade. Na maioria dos casos, esse comportamento é normal, ligado à curiosidade, associação com feromônios ou investigação de cheiros fortes. Só pode indicar problema se o gato se torna compulsivo, repetindo a ação de forma exagerada, o que é raro.”

Como saber se meu gato se intoxicou com o produto?

Os sinais de alerta começam discretos: salivação em excesso, náusea, olhos lacrimejando, um espirro fora de hora. Depois podem evoluir para vômitos persistentes, dificuldade para respirar, feridinhas na boca, tremores, fraqueza, um cheiro químico no hálito que acende a sirene do tutor. Ao notar qualquer um desses sintomas mais intensos, a situação muda de figura: deixa de ser curiosidade e vira emergência veterinária.

Se o acidente acontecer, o primeiro passo é simples: remover o produto do local e lavar muito bem as patas ou a pele com água corrente. Se lambeu, oferecer água fresca para beber ajuda a diluir.

“Não induza vômito (pode causar queimaduras ainda maiores). Não dê leite, bicarbonato, limão ou nada sem orientação do médico-veterinário. Procure ajuda imediatamente se houver vômito, salivação intensa, apatia, dificuldade respiratória, ulcerações (feridas, manchas esbranquiçadas na boca).”

O veterinário poderá fazer tratamento de suporte, que normalmente inclui hidratação, protetores gástricos e controle da irritação.

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