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Política

Abandono do turismo se agrava na Capital; até “mirinzinho” é demitido

Zemil Rocha | 25/05/2013 07:15
Ônibus do City Tour de Campo Grande está até hoje em manutenção (Foto: Arquivo)
Ônibus do City Tour de Campo Grande está até hoje em manutenção (Foto: Arquivo)

O abandono do setor de turismo de Campo Grande se agudiza ainda mais e agora com ranço de perseguição “política”. Nem mesmo o “mirinzinho”, citado pela ex-superintendente de Turismo da Capital, Maria do Carmo, como o único funcionário que sobrou no setor continua na Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e do Agronegócio). Nesta semana, o estagiário M.P.R.A., que trabalhava na Superintendência de Turismo, foi demitido.

“Falaram que eu não estava me adaptando à nova gestão”, informou o adolescente, de 17 anos, em entrevista ao Campo Grande News, que na semana passada, mais exatamente dia 15 de maio, publicou matéria sob o título “Campo Grande abandona setor do turismo e desativa até City Tour”. Para o jovem, porém, ficou evidente que sua demissão foi uma represália ao fato de “ter trabalhado na gestão passada”, de Nelsinho Trad.

Naquela notícia, se abordou o abandono do setor do turismo, com fechamento e redução de horário de funcionamento dos Centros de Atendimento a Turistas (CATs), demissão de estagiários, desativação do ônibus do City Tour e acefalia no comando do setor. A nova titular da Sedesc, Dharleng Campos de Oliveira, nomeada interinamente pelo prefeito Alcides Bernal e à frente do órgão há um mês, até hoje ainda não tem superintendente de Fomento ao Turismo, à Ciência e Tecnologia nem diretor de Turismo.

Ao comentar a situação da Sedesc, Maria do Carmo, ex-superintente de Turismo durante o governo de Nelsinho Trad, declarou: “Tudo que a gente construiu foi abandonado. A gente até hoje tem reconhecimento do Ministério do Turismo, prêmios que recebemos. Jogaram tudo dentro de uma lata de lixo. Ficou na Superintendência só um mirinzinho”.

A citação sobre a permanência do “mirinzinho” pode ter levado Dharleng a decidir pela demissão do jovem funcionário.
Dharleng foi procurada para explicar o motivo da demissão, mas incumbiu à assessoria de comunicação da Prefeitura de Campo Grande de responder em nome dela. A assesoria foi procurada, mas não respondeu às indagações da reportagem.

Na semana passada, durante o processo de apuração para a construção da matéria jornalística, a reportagem do Campo Grande News chegou a conversar com o “mirinzinho” e buscar informações sobre o funcionamento dos CATs. O garoto, que não tem filiação partidária, evitou qualquer comentário, informando que só a secretária Darleng poderia passar qualquer informação sobre o setor.

Demitido, devido a equivocada perseguição política, o garoto resolveu contar o que viu de errado no setor de turismo da Sedesc. “Agora que não tenho nenhum vinculo lá dentro posso falar das injustiças que ocorriam, eu era do Departamento de Turismo,e lá vi muita impunidades”, declarou o estagiário mirim.

Segundo o adolescente, além da não reposição de estagiários demitidos e do fechamento e redução de expediente nos CATs, até mesmo material impresso de divulgação de hotéis, restaurantes e outras empresas do setor turístico deixou de ser recebido. “Não pega mais porque não tem gente para distribuir”, explicou ele.

A desativação da Centros de Atendimentos a Turistas e a não renovação de estágios, na opinião do jovem trabalhador, decorreram da demora na escolha de um titular para a Sedesc. “Foram acabando os prazos dos contratos e não tinha quem assinasse para renovar. Foram quatro meses sem secretário”, afirmou o mirim. Na verdade foram exatos 110 dias que o prefeito Alcides Bernal (PP) levou para escolher Dharleng como chefe da Sedesc.

Ele informou ainda que, além do CAT da Estação Rodoviária de Campo Grande, o que existia na Feira Central também foi desativado em razão da falta de estagiários. O garoto concorda com Maria do Carmo, ex-superintendente de Turismo: “É verdade, o turismo está bem abandonado em Campo Grande”.

Embora suas críticas sejam mais direcionadas à atual administração, o jovem mirim não poupa a gestão anterior, de Nelsinho Trad, o que demonstra que nunca teve qualquer participação “política” para merecer a demissão. Segundo ele, os estagiários “trabalhavam mais do que a carga horária permitia”.

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